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1 E aconteceu que,
concluindo Jesus estes discursos, saiu da Galiléia, e dirigiu-se
aos confins da Judéia, além do Jordäo;
2 E seguiram-no
grandes multidöes, e curou-as ali.
3 Entäo chegaram
ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito
ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?
4 Ele, porém,
respondendo, disse-lhes: Näo tendes lido que aquele que os fez no
princípio macho e fêmea os fez,
5 E disse: Portanto,
deixará o homem pai e mäe, e se unirá a sua mulher,
e seräo dois numa só carne?
6 Assim näo
säo mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou
näo o separe o homem.
7 Disseram-lhe eles:
Entäo, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio,
e repudiá-la?
8 Disse-lhes ele:
Moisés, por causa da dureza dos vossos coraçöes, vos
permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio näo foi
assim.
9 Eu vos digo, porém,
que qualquer que repudiar sua mulher, näo sendo por causa de fornicaçäo,
e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada
também comete adultério.
10 Disseram-lhe
seus discípulos: Se assim é a condiçäo do homem
relativamente à mulher, näo convém casar.
11 Ele, porém,
lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles
a quem foi concedido.
12 Porque há
eunucos que assim nasceram do ventre da mäe; e há eunucos que
foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si
mesmos, por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o.
13 Trouxeram-lhe,
entäo, alguns meninos, para que sobre eles pusesse as mäos, e
orasse; mas os discípulos os repreendiam.
14 Jesus, porém,
disse: Deixai os meninos, e näo os estorveis de vir a mim; porque
dos tais é o reino dos céus.
15 E, tendo-lhes
imposto as mäos, partiu dali.
16 E eis que, aproximando-se
dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida
eterna?
17 E ele disse-lhe:
Por que me chamas bom? Näo há bom senäo um só,
que é Deus. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.
18 Disse-lhe ele:
Quais? E Jesus disse: Näo matarás, näo cometerás
adultério, näo furtarás, näo dirás falso
testemunho;
19 Honra teu pai
e tua mäe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo.
20 Disse-lhe o jovem:
Tudo isso tenho guardado desde a minha mocidade; que me falta ainda?
21 Disse-lhe Jesus:
Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres,
e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me.
22 E o jovem, ouvindo
esta palavra, retirou-se triste, porque possuía muitas propriedades.
23 Disse entäo
Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil
entrar um rico no reino dos céus.
24 E, outra vez
vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de
uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus.
25 Os seus discípulos,
ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois salvar-se?
26 E Jesus, olhando
para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas
a Deus tudo é possível.
27 Entäo Pedro,
tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos;
que receberemos?
28 E Jesus disse-lhes:
Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneraçäo,
o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também
vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.
29 E todo aquele
que tiver deixado casas, ou irmäos, ou irmäs, ou pai, ou mäe,
ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá
cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.
30 Porém,
muitos primeiros seräo os derradeiros, e muitos derradeiros seräo
os primeiros.
1 Porque o reino
dos céus é semelhante a um homem, pai de família,
que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha.
2 E, ajustando com
os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha.
3 E, saindo perto
da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça,
4 E disse-lhes:
Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo.
E eles foram.
5 Saindo outra vez,
perto da hora sexta e nona, fez o mesmo.
6 E, saindo perto
da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e perguntou-lhes:
Por que estais ociosos todo o dia?
7 Disseram-lhe eles:
Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também
para a vinha, e recebereis o que for justo.
8 E, aproximando-se
a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores,
e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros, até aos
primeiros.
9 E, chegando os
que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada
um.
10 Vindo, porém,
os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam
um dinheiro cada um.
11 E, recebendo-o,
murmuravam contra o pai de família,
12 Dizendo: Estes
derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco,
que suportamos a fadiga e a calma do dia.
13 Mas ele, respondendo,
disse a um deles: Amigo, näo te faço agravo; näo ajustaste
tu comigo um dinheiro?
14 Toma o que é
teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti.
15 Ou näo me
é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é
mau o teu olho porque eu sou bom?
16 Assim os derradeiros
seräo primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos säo
chamados, mas poucos escolhidos.
17 E, subindo Jesus
a Jerusalém, chamou de parte os seus doze discípulos, e no
caminho disse-lhes:
18 Eis que vamos
para Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes
dos sacerdotes, e aos escribas, e condená-lo-äo à morte.
19 E o entregaräo
aos gentios para que dele escarneçam, e o açoitem e crucifiquem,
e ao terceiro dia ressuscitará.
20 Entäo se
aproximou dele a mäe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o,
e fazendo-lhe um pedido.
21 E ele diz-lhe:
Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem,
um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino.
22 Jesus, porém,
respondendo, disse: Näo sabeis o que pedis. Podeis vós beber
o cálice que eu hei de beber, e ser batizados com o batismo com
que eu sou batizado? Dizem-lhe eles: Podemos.
23 E diz-lhes ele:
Na verdade bebereis o meu cálice e sereis batizados com o batismo
com que eu sou batizado, mas o assentar-se à minha direita ou à
minha esquerda näo me pertence dá-lo, mas é para aqueles
para quem meu Pai o tem preparado.
24 E, quando os
dez ouviram isto, indignaram-se contra os dois irmäos.
25 Entäo Jesus,
chamando-os para junto de si, disse: Bem sabeis que pelos príncipes
dos gentios säo estes dominados, e que os grandes exercem autoridade
sobre eles.
26 Näo será
assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se
grande seja vosso serviçal;
27 E, qualquer que
entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo;
28 Bem como o Filho
do homem näo veio para ser servido, mas para servir, e para dar a
sua vida em resgate de muitos.
29 E, saindo eles
de Jericó, seguiu-o grande multidäo.
30 E eis que dois
cegos, assentados junto do caminho, ouvindo que Jesus passava, clamaram,
dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!
31 E a multidäo
os repreendia, para que se calassem; eles, porém, cada vez clamavam
mais, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de nós!
32 E Jesus, parando,
chamou-os, e disse: Que quereis que vos faça?
33 Disseram-lhe
eles: Senhor, que os nossos olhos sejam abertos.
34 Entäo Jesus,
movido de íntima compaixäo, tocou-lhes nos olhos, e logo viram;
e eles o seguiram.
1 E, quando se aproximaram
de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras,
enviou, entäo, Jesus dois discípulos, dizendo-lhes:
2 Ide à aldeia
que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta
presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazeimos.
3 E, se alguém
vos disser alguma coisa, direis que o Senhor os há de mister; e
logo os enviará.
4 Ora, tudo isto
aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz:
5 Dizei à
filha de Siäo: Eis que o teu Rei aí te vem, Manso, e assentado
sobre uma jumenta, E sobre um jumentinho, filho de animal de carga.
6 E, indo os discípulos,
e fazendo como Jesus lhes ordenara,
7 Trouxeram a jumenta
e o jumentinho, e sobre eles puseram as suas vestes, e fizeram-no assentar
em cima.
8 E muitíssima
gente estendia as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de
árvores, e os espalhavam pelo caminho.
9 E a multidäo
que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo: Hosana ao Filho de Davi;
bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!
10 E, entrando ele
em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é
este?
11 E a multidäo
dizia: Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia.
12 E entrou Jesus
no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo,
e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas;
13 E disse-lhes:
Está escrito: A minha casa será chamada casa de oraçäo;
mas vós a tendes convertido em covil de ladröes.
14 E foram ter com
ele no templo cegos e coxos, e curou-os.
15 Vendo, entäo,
os principais dos sacerdotes e os escribas as maravilhas que fazia, e os
meninos clamando no templo: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se,
16 E disseram-lhe:
Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca
dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?
17 E, deixando-os,
saiu da cidade para Betánia, e ali passou a noite.
18 E, de manhä,
voltando para a cidade, teve fome;
19 E, avistando
uma figueira perto do caminho, dirigiu-se a ela, e näo achou nela
senäo folhas. E disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti! E
a figueira secou imediatamente.
20 E os discípulos,
vendo isto, maravilharam-se, dizendo: Como secou imediatamente a figueira?
21 Jesus, porém,
respondendo, disse-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé
e näo duvidardes, näo só fareis o que foi feito à
figueira, mas até se a este monte disserdes: Ergue-te, e precipita-te
no mar, assim será feito;
22 E, tudo o que
pedirdes na oraçäo, crendo, o recebereis.
23 E, chegando ao
templo, acercaram-se dele, estando já ensinando, os príncipes
dos sacerdotes e os anciäos do povo, dizendo: Com que autoridade fazes
isto? e quem te deu tal autoridade?
24 E Jesus, respondendo,
disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes,
também eu vos direi com que autoridade faço isto.
25 O batismo de
Joäo, de onde era? Do céu, ou dos homens? E pensavam entre
si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Entäo
por que näo o crestes?
26 E, se dissermos:
Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram Joäo como profeta.
27 E, respondendo
a Jesus, disseram: Näo sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com
que autoridade faço isto.
28 Mas, que vos
parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse:
Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha.
29 Ele, porém,
respondendo, disse: Näo quero. Mas depois, arrependendo-se, foi.
30 E, dirigindo-se
ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou,
senhor; e näo foi.
31 Qual dos dois
fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus:
Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de
vós no reino de Deus.
32 Porque Joäo
veio a vós no caminho da justiça, e näo o crestes, mas
os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo
isto, nem depois vos arrependestes para o crer.
33 Ouvi, ainda,
outra parábola: Houve um homem, pai de família, que plantou
uma vinha, e circundou-a de um valado, e construiu nela um lagar, e edificou
uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e ausentou-se para longe.
34 E, chegando o
tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os
seus frutos.
35 E os lavradores,
apoderando-se dos servos, feriram um, mataram outro, e apedrejaram outro.
36 Depois enviou
outros servos, em maior número do que os primeiros; e eles fizeram-lhes
o mesmo.
37 E, por último,
enviou-lhes seu filho, dizendo: Teräo respeito a meu filho.
38 Mas os lavradores,
vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo,
e apoderemo-nos da sua herança.
39 E, lançando
mäo dele, o arrastaram para fora da vinha, e o mataram.
40 Quando, pois,
vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores?
41 Dizem-lhe eles:
Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros
lavradores, que a seu tempo lhe dêem os frutos.
42 Diz-lhes Jesus:
Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, Essa
foi posta por cabeça do ángulo; Pelo Senhor foi feito isto,
E é maravilhoso aos nossos olhos?
43 Portanto, eu
vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado
a uma naçäo que dê os seus frutos.
44 E, quem cair
sobre esta pedra, despedaçar-se-á; e aquele sobre quem ela
cair ficará reduzido a pó.
45 E os príncipes
dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas palavras, entenderam que falava
deles;
46 E, pretendendo
prendê-lo, recearam o povo, porquanto o tinham por profeta.
1 Entäo Jesus,
tomando a palavra, tornou a falar-lhes em parábolas, dizendo:
2 O reino dos céus
é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;
3 E enviou os seus
servos a chamar os convidados para as bodas, e estes näo quiseram
vir.
4 Depois, enviou
outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar
preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto;
vinde às bodas.
5 Eles, porém,
näo fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu tráfico;
6 E os outros, apoderando-se
dos servos, os ultrajaram e mataram.
7 E o rei, tendo
notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos,
destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.
8 Entäo diz
aos servos: As bodas, na verdade, estäo preparadas, mas os convidados
näo eram dignos.
9 Ide, pois, às
saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes.
10 E os servos,
saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus
como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados.
11 E o rei, entrando
para ver os convidados, viu ali um homem que näo estava trajado com
veste de núpcias.
12 E disse-lhe:
Amigo, como entraste aqui, näo tendo veste nupcial? E ele emudeceu.
13 Disse, entäo,
o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mäos, levai-o, e lançai-o
nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
14 Porque muitos
säo chamados, mas poucos escolhidos.
15 Entäo, retirando-se
os fariseus, consultaram entre si como o surpreenderiam nalguma palavra;
16 E enviaram-lhe
os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos
que és verdadeiro, e ensinas o caminho de Deus segundo a verdade,
e de ninguém se te dá, porque näo olhas a aparência
dos homens.
17 Dize-nos, pois,
que te parece? É lícito pagar o tributo a César, ou
näo?
18 Jesus, porém,
conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais, hipócritas?
19 Mostrai-me a
moeda do tributo. E eles lhe apresentaram um dinheiro.
20 E ele diz-lhes:
De quem é esta efígie e esta inscriçäo?
21 Dizem-lhe eles:
De César. Entäo ele lhes disse: Dai pois a César o que
é de César, e a Deus o que é de Deus.
22 E eles, ouvindo
isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram.
23 No mesmo dia
chegaram junto dele os saduceus, que dizem näo haver ressurreiçäo,
e o interrogaram,
24 Dizendo: Mestre,
Moisés disse: Se morrer alguém, näo tendo filhos, casará
o seu irmäo com a mulher dele, e suscitará descendência
a seu irmäo.
25 Ora, houve entre
nós sete irmäos; e o primeiro, tendo casado, morreu e, näo
tendo descendência, deixou sua mulher a seu irmäo.
26 Da mesma sorte
o segundo, e o terceiro, até ao sétimo;
27 Por fim, depois
de todos, morreu também a mulher.
28 Portanto, na
ressurreiçäo, de qual dos sete será a mulher, visto
que todos a possuíram?
29 Jesus, porém,
respondendo, disse-lhes: Errais, näo conhecendo as Escrituras, nem
o poder de Deus.
30 Porque na ressurreiçäo
nem casam nem säo dados em casamento; mas seräo como os anjos
de Deus no céu.
31 E, acerca da
ressurreiçäo dos mortos, näo tendes lido o que Deus vos
declarou, dizendo:
32 Eu sou o Deus
de Abraäo, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus näo
é Deus dos mortos, mas dos vivos.
33 E, as turbas,
ouvindo isto, ficaram maravilhadas da sua doutrina.
34 E os fariseus,
ouvindo que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se no mesmo lugar.
35 E um deles, doutor
da lei, interrogou-o para o experimentar, dizendo:
36 Mestre, qual
é o grande mandamento na lei?
37 E Jesus disse-lhe:
Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coraçäo, e de
toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.
38 Este é
o primeiro e grande mandamento.
39 E o segundo,
semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a
ti mesmo.
40 Destes dois mandamentos
dependem toda a lei e os profetas.
41 E, estando reunidos
os fariseus, interrogou-os Jesus,
42 Dizendo: Que
pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe:
De Davi.
43 Disse-lhes ele:
Como é entäo que Davi, em espírito, lhe chama Senhor,
dizendo:
44 Disse o Senhor
ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, Até que eu ponha
os teus inimigos por escabelo de teus pés?
45 Se Davi, pois,
lhe chama Senhor, como é seu filho?
46 E ninguém
podia responder-lhe uma palavra; nem desde aquele dia ousou mais alguém
interrogá-lo.
1 Entäo falou
Jesus à multidäo, e aos seus discípulos,
2 Dizendo: Na cadeira
de Moisés estäo assentados os escribas e fariseus.
3 Todas as coisas,
pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas näo
procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e näo fazem;
4 Pois atam fardos
pesados e difíceis de suportar, e os pöem aos ombros dos homens;
eles, porém, nem com o dedo querem movê-los;
5 E fazem todas
as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios,
e alargam as franjas das suas vestes,
6 E amam os primeiros
lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
7 E as saudaçöes
nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi.
8 Vós, porém,
näo queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso
Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmäos.
9 E a ninguém
na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o
qual está nos céus.
10 Nem vos chameis
mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo.
11 O maior dentre
vós será vosso servo.
12 E o que a si
mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar
será exaltado.
13 Mas ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino
dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estäo
entrando.
14 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! pois que devorais as casas das
viúvas, sob pretexto de prolongadas oraçöes; por isso
sofrereis mais rigoroso juízo.
15 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! pois que percorreis o mar e a terra
para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho
do inferno duas vezes mais do que vós.
16 Ai de vós,
condutores cegos! pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo, isso
nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor.
17 Insensatos e
cegos! Pois qual é maior: o ouro, ou o templo, que santifica o ouro?
18 E aquele que
jurar pelo altar isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que
está sobre o altar, esse é devedor.
19 Insensatos e
cegos! Pois qual é maior: a oferta, ou o altar, que santifica a
oferta?
20 Portanto, o que
jurar pelo altar, jura por ele e por tudo o que sobre ele está;
21 E, o que jurar
pelo templo, jura por ele e por aquele que nele habita;
22 E, o que jurar
pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que está assentado
nele.
23 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelä,
o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo,
a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas
coisas, e näo omitir aquelas.
24 Condutores cegos!
que coais um mosquito e engolis um camelo.
25 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! pois que limpais o exterior do
copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniqüidade.
26 Fariseu cego!
limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o
exterior fique limpo.
27 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros
caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estäo
cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.
28 Assim também
vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente
estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.
29 Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! pois que edificais os sepulcros
dos profetas e adornais os monumentos dos justos,
30 E dizeis: Se
existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos
com eles para derramar o sangue dos profetas.
31 Assim, vós
mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas.
32 Enchei vós,
pois, a medida de vossos pais.
33 Serpentes, raça
de víboras! como escapareis da condenaçäo do inferno?
34 Portanto, eis
que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis
e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas
e os perseguireis de cidade em cidade;
35 Para que sobre
vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde
o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias,
que matastes entre o santuário e o altar.
36 Em verdade vos
digo que todas estas coisas häo de vir sobre esta geraçäo.
37 Jerusalém,
Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te säo
enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha
ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu näo quiseste!
38 Eis que a vossa
casa vai ficar-vos deserta;
39 Porque eu vos
digo que desde agora me näo vereis mais, até que digais: Bendito
o que vem em nome do Senhor.
1 E, quando Jesus
ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para
lhe mostrarem a estrutura do templo.
2 Jesus, porém,
lhes disse: Näo vedes tudo isto? Em verdade vos digo que näo
ficará aqui pedra sobre pedra que näo seja derrubada.
3 E, estando assentado
no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em
particular, dizendo: Dize-nos, quando seräo essas coisas, e que sinal
haverá da tua vinda e do fim do mundo?
4 E Jesus, respondendo,
disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;
5 Porque muitos
viräo em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganaräo a muitos.
6 E ouvireis de
guerras e de rumores de guerras; olhai, näo vos assusteis, porque
é mister que isso tudo aconteça, mas ainda näo é
o fim.
7 Porquanto se levantará
naçäo contra naçäo, e reino contra reino, e haverá
fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.
8 Mas todas estas
coisas säo o princípio de dores.
9 Entäo vos
häo de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-äo; e sereis
odiados de todas as naçöes por causa do meu nome.
10 Nesse tempo muitos
seräo escandalizados, e trair-se-äo uns aos outros, e uns aos
outros se odiaräo.
11 E surgiräo
muitos falsos profetas, e enganaräo a muitos.
12 E, por se multiplicar
a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.
13 Mas aquele que
perseverar até ao fim será salvo.
14 E este evangelho
do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as
naçöes, e entäo virá o fim.
15 Quando, pois,
virdes que a abominaçäo da desolaçäo, de que falou
o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda;
16 Entäo, os
que estiverem na Judéia, fujam para os montes;
17 E quem estiver
sobre o telhado näo desça a tirar alguma coisa de sua casa;
18 E quem estiver
no campo näo volte atrás a buscar as suas vestes.
19 Mas ai das grávidas
e das que amamentarem naqueles dias!
20 E orai para que
a vossa fuga näo aconteça no inverno nem no sábado;
21 Porque haverá
entäo grande afliçäo, como nunca houve desde o princípio
do mundo até agora, nem tampouco há de haver.
22 E, se aqueles
dias näo fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa
dos escolhidos seräo abreviados aqueles dias.
23 Entäo, se
alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, näo
lhe deis crédito;
24 Porque surgiräo
falsos cristos e falsos profetas, e faräo täo grandes sinais
e prodígios que, se possível fora, enganariam até
os escolhidos.
25 Eis que eu vo-lo
tenho predito.
26 Portanto, se
vos disserem: Eis que ele está no deserto, näo saiais. Eis
que ele está no interior da casa; näo acrediteis.
27 Porque, assim
como o relámpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente,
assim será também a vinda do Filho do homem.
28 Pois onde estiver
o cadáver, aí se ajuntaräo as águias.
29 E, logo depois
da afliçäo daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua
näo dará a sua luz, e as estrelas cairäo do céu,
e as potências dos céus seräo abaladas.
30 Entäo aparecerá
no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se
lamentaräo, e veräo o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do
céu, com poder e grande glória.
31 E ele enviará
os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntaräo os seus
escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos
céus.
32 Aprendei, pois,
esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam
tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o veräo.
33 Igualmente, quando
virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às
portas.
34 Em verdade vos
digo que näo passará esta geraçäo sem que todas
estas coisas aconteçam.
35 O céu
e a terra passaräo, mas as minhas palavras näo häo de passar.
36 Mas daquele dia
e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente
meu Pai.
37 E, como foi nos
dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do
homem.
38 Porquanto, assim
como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e
davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca,
39 E näo o
perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim
será também a vinda do Filho do homem.
40 Entäo, estando
dois no campo, será levado um, e deixado o outro;
41 Estando duas
moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra.
42 Vigiai, pois,
porque näo sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.
43 Mas considerai
isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite
havia de vir o ladräo, vigiaria e näo deixaria minar a sua casa.
44 Por isso, estai
vós apercebidos também; porque o Filho do homem há
de vir à hora em que näo penseis.
45 Quem é,
pois, o servo fiel e prudente, que o seu senhor constituiu sobre a sua
casa, para dar o sustento a seu tempo?
46 Bem-aventurado
aquele servo que o seu senhor, quando vier, achar servindo assim.
47 Em verdade vos
digo que o porá sobre todos os seus bens.
48 Mas se aquele
mau servo disser no seu coraçäo: O meu senhor tarde virá;
49 E começar
a espancar os seus conservos, e a comer e a beber com os ébrios,
50 Virá o
senhor daquele servo num dia em que o näo espera, e à hora
em que ele näo sabe,
51 E separá-lo-á,
e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá
pranto e ranger de dentes.
1 Entäo o reino
dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas
lámpadas, saíram ao encontro do esposo.
2 E cinco delas
eram prudentes, e cinco loucas.
3 As loucas, tomando
as suas lámpadas, näo levaram azeite consigo.
4 Mas as prudentes
levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lámpadas.
5 E, tardando o
esposo, tosque-nejaram todas, e adormeceram.
6 Mas à meia-noite
ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro.
7 Entäo todas
aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lámpadas.
8 E as loucas disseram
às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lámpadas
se apagam.
9 Mas as prudentes
responderam, dizendo: Näo seja caso que nos falte a nós e a
vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós.
10 E, tendo elas
ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram
com ele para as bodas, e fechou-se a porta.
11 E depois chegaram
também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos.
12 E ele, respondendo,
disse: Em verdade vos digo que vos näo conheço.
13 Vigiai, pois,
porque näo sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há
de vir.
14 Porque isto é
também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os
seus servos, e entregou-lhes os seus bens.
15 E a um deu cinco
talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade,
e ausentou-se logo para longe.
16 E, tendo ele
partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros
cinco talentos.
17 Da mesma sorte,
o que recebera dois, granjeou também outros dois.
18 Mas o que recebera
um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19 E muito tempo
depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.
20 Entäo aproximou-se
o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo:
Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que
granjeei com eles.
21 E o seu senhor
lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel,
sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
22 E, chegando também
o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos;
eis que com eles granjeei outros dois talentos.
23 Disse-lhe o seu
senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre
muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.
24 Mas, chegando
também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te,
que és um homem duro, que ceifas onde näo semeaste e ajuntas
onde näo espalhaste;
25 E, atemorizado,
escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
26 Respondendo,
porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que
ceifo onde näo semeei e ajunto onde näo espalhei?
27 Devias entäo
ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o
meu com os juros.
28 Tirai-lhe pois
o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.
29 Porque a qualquer
que tiver será dado, e terá em abundáncia; mas ao
que näo tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.
30 Lançai,
pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto
e ranger de dentes.
31 E quando o Filho
do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, entäo
se assentará no trono da sua glória;
32 E todas as naçöes
seräo reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como
o pastor aparta dos bodes as ovelhas;
33 E porá
as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.
34 Entäo dirá
o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai,
possuí por herança o reino que vos está preparado
desde a fundaçäo do mundo;
35 Porque tive fome,
e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro,
e hospedastes-me;
36 Estava nu, e
vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisäo, e fostes
ver-me.
37 Entäo os
justos lhe responderäo, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome,
e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?
38 E quando te vimos
estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?
39 E quando te vimos
enfermo, ou na prisäo, e fomos ver-te?
40 E, respondendo
o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um
destes meus pequeninos irmäos, a mim o fizestes.
41 Entäo dirá
também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;
42 Porque tive fome,
e näo me destes de comer; tive sede, e näo me destes de beber;
43 Sendo estrangeiro,
näo me recolhestes; estando nu, näo me vestistes; e enfermo,
e na prisäo, näo me visitastes.
44 Entäo eles
também lhe responderäo, dizendo: Senhor, quando te vimos com
fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisäo,
e näo te servimos?
45 Entäo lhes
responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes
pequeninos o näo fizestes, näo o fizestes a mim.
46 E iräo estes
para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.
1 E aconteceu que,
quando Jesus concluiu todos estes discursos, disse aos seus discípulos:
2 Bem sabeis que
daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será
entregue para ser crucificado.
3 Depois os príncipes
dos sacerdotes, e os escribas, e os anciäos do povo reuniram-se na
sala do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás.
4 E consultaram-se
mutuamente para prenderem Jesus com dolo e o matarem.
5 Mas diziam: Näo
durante a festa, para que näo haja alvoroço entre o povo.
6 E, estando Jesus
em Betánia, em casa de Simäo, o leproso,
7 Aproximou-se dele
uma mulher com um vaso de alabastro, com ungüento de grande valor,
e derramou-lho sobre a cabeça, quando ele estava assentado à
mesa.
8 E os seus discípulos,
vendo isto, indignaram-se, dizendo: Por que é este desperdício?
9 Pois este ungüento
podia vender-se por grande preço, e dar-se o dinheiro aos pobres.
10 Jesus, porém,
conhecendo isto, disse-lhes: Por que afligis esta mulher? pois praticou
uma boa açäo para comigo.
11 Porquanto sempre
tendes convosco os pobres, mas a mim näo me haveis de ter sempre.
12 Ora, derramando
ela este ungüento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para
o meu sepultamento.
13 Em verdade vos
digo que, onde quer que este evangelho for pregado em todo o mundo, também
será referido o que ela fez, para memória sua.
14 Entäo um
dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos
sacerdotes,
15 E disse: Que
me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas
de prata,
16 E desde entäo
buscava oportunidade para o entregar.
17 E, no primeiro
dia da festa dos päes ázimos, chegaram os discípulos
junto de Jesus, dizendo: Onde queres que façamos os preparativos
para comeres a páscoa?
18 E ele disse:
Ide à cidade, a um certo homem, e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu
tempo está próximo; em tua casa celebrarei a páscoa
com os meus discípulos.
19 E os discípulos
fizeram como Jesus lhes ordenara, e prepararam a páscoa.
20 E, chegada a
tarde, assentou-se à mesa com os doze.
21 E, comendo eles,
disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair.
22 E eles, entristecendo-se
muito, começaram cada um a dizer-lhe: Porventura sou eu, Senhor?
23 E ele, respondendo,
disse: O que pöe comigo a mäo no prato, esse me há de
trair.
24 Em verdade o
Filho do homem vai, como acerca dele está escrito, mas ai daquele
homem por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para
esse homem se näo houvera nascido.
25 E, respondendo
Judas, o que o traía, disse: Porventura sou eu, Rabi? Ele disse:
Tu o disseste.
26 E, quando comiam,
Jesus tomou o päo, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos,
e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo.
27 E, tomando o
cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos;
28 Porque isto é
o meu sangue; o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos,
para remissäo dos pecados.
29 E digo-vos que,
desde agora, näo beberei deste fruto da vide, até aquele dia
em que o beba novo convosco no reino de meu Pai.
30 E, tendo cantado
o hino, saíram para o Monte das Oliveiras.
31 Entäo Jesus
lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim; porque
está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersaräo.
32 Mas, depois de
eu ressuscitar, irei adiante de vós para a Galiléia.
33 Mas Pedro, respondendo,
disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei.
34 Disse-lhe Jesus:
Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três
vezes me negarás.
35 Disse-lhe Pedro:
Ainda que me seja mister morrer contigo, näo te negarei. E todos os
discípulos disseram o mesmo.
36 Entäo chegou
Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse a seus discípulos:
Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar.
37 E, levando consigo
Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a
angustiar-se muito.
38 Entäo lhes
disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai
aqui, e velai comigo.
39 E, indo um pouco
mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu
Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia,
näo seja como eu quero, mas como tu queres.
40 E, voltando para
os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Entäo
nem uma hora pudeste velar comigo?
41 Vigiai e orai,
para que näo entreis em tentaçäo; na verdade, o espírito
está pronto, mas a carne é fraca.
42 E, indo segunda
vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice näo pode passar
de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade.
43 E, voltando,
achou-os outra vez adormecidos; porque os seus olhos estavam pesados.
44 E, deixando-os
de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.
45 Entäo chegou
junto dos seus discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai;
eis que é chegada a hora, e o Filho do homem será entregue
nas mäos dos pecadores.
46 Levantai-vos,
partamos; eis que é chegado o que me trai.
47 E, estando ele
ainda a falar, eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele grande multidäo
com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e
pelos anciäos do povo.
48 E o que o traía
tinha-lhes dado um sinal, dizendo: O que eu beijar é esse; prendei-o.
49 E logo, aproximando-se
de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi; e beijou-o.
50 Jesus, porém,
lhe disse: Amigo, a que vieste? Entäo, aproximando-se eles, lançaram
mäo de Jesus, e o prenderam.
51 E eis que um
dos que estavam com Jesus, estendendo a mäo, puxou da espada e, ferindo
o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha.
52 Entäo Jesus
disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mäo
da espada, à espada morreräo.
53 Ou pensas tu
que eu näo poderia agora orar a meu Pai, e que ele näo me daria
mais de doze legiöes de anjos?
54 Como, pois, se
cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?
55 Entäo disse
Jesus à multidäo: Saístes, como para um salteador, com
espadas e varapaus para me prender? Todos os dias me assentava junto de
vós, ensinando no templo, e näo me prendestes.
56 Mas tudo isto
aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Entäo, todos
os discípulos, deixando-o, fugiram.
57 E os que prenderam
a Jesus o conduziram à casa do sumo sacerdote Caifás, onde
os escribas e os anciäos estavam reunidos.
58 E Pedro o seguiu
de longe, até ao pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se
entre os criados, para ver o fim.
59 Ora, os príncipes
dos sacerdotes, e os anciäos, e todo o conselho, buscavam falso testemunho
contra Jesus, para poderem dar-lhe a morte;
60 E näo o
achavam; apesar de se apresentarem muitas testemunhas falsas, näo
o achavam. Mas, por fim chegaram duas testemunhas falsas,
61 E disseram: Este
disse: Eu posso derrubar o templo de Deus, e reedificá-lo em três
dias.
62 E, levantando-se
o sumo sacerdote, disse-lhe: Näo respondes coisa alguma ao que estes
depöem contra ti?
63 Jesus, porém,
guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe: Conjuro-te
pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.
64 Disse-lhe Jesus:
Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem
assentado à direita do Poder, e vindo sobre as nuvens do céu.
65 Entäo o
sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos
ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua blasfêmia.
66 Que vos parece?
E eles, respondendo, disseram: É réu de morte.
67 Entäo cuspiram-lhe
no rosto e lhe davam punhadas, e outros o esbofeteavam,
68 Dizendo: Profetiza-nos,
Cristo, quem é o que te bateu?
69 Ora, Pedro estava
assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse:
Tu também estavas com Jesus, o galileu.
70 Mas ele negou
diante de todos, dizendo: Näo sei o que dizes.
71 E, saindo para
o vestíbulo, outra criada o viu, e disse aos que ali estavam: Este
também estava com Jesus, o Nazareno.
72 E ele negou outra
vez com juramento: Näo conheço tal homem.
73 E, daí
a pouco, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente
também tu és deles, pois a tua fala te denuncia.
74 Entäo começou
ele a praguejar e a jurar, dizendo: Näo conheço esse homem.
E imediatamente o galo cantou.
75 E lembrou-se
Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera: Antes que o galo cante, três
vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente.
1 E, chegando a manhä,
todos os príncipes dos sacerdotes, e os anciäos do povo, formavam
juntamente conselho contra Jesus, para o matarem;
2 E maniatando-o,
o levaram e entregaram ao presidente Póncio Pilatos.
3 Entäo Judas,
o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as
trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciäos,
4 Dizendo: Pequei,
traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa?
Isso é contigo.
5 E ele, atirando
para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.
6 E os príncipes
dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Näo é
lícito colocá-las no cofre das ofertas, porque säo preço
de sangue.
7 E, tendo deliberado
em conselho, compraram com elas o campo de um oleiro, para sepultura dos
estrangeiros.
8 Por isso foi chamado
aquele campo, até ao dia de hoje, Campo de Sangue.
9 Entäo se
realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas
de prata, preço do que foi avaliado, que certos filhos de Israel
avaliaram,
10 E deram-nas pelo
campo do oleiro, segundo o que o Senhor determinou.
11 E foi Jesus apresentado
ao presidente, e o presidente o interrogou, dizendo: És tu o Rei
dos Judeus? E disse-lhe Jesus: Tu o dizes.
12 E, sendo acusado
pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciäos, nada respondeu.
13 Disse-lhe entäo
Pilatos: Näo ouves quanto testificam contra ti?
14 E nem uma palavra
lhe respondeu, de sorte que o presidente estava muito maravilhado.
15 Ora, por ocasiäo
da festa, costumava o presidente soltar um preso, escolhendo o povo aquele
que quisesse.
16 E tinham entäo
um preso bem conhecido, chamado Barrabás.
17 Portanto, estando
eles reunidos, disse-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás,
ou Jesus, chamado Cristo?
18 Porque sabia
que por inveja o haviam entregado.
19 E, estando ele
assentado no tribunal, sua mulher mandou-lhe dizer: Näo entres na
questäo desse justo, porque num sonho muito sofri por causa dele.
20 Mas os príncipes
dos sacerdotes e os anciäos persuadiram à multidäo que
pedisse Barrabás e matasse Jesus.
21 E, respondendo
o presidente, disse-lhes: Qual desses dois quereis vós que eu solte?
E eles disseram: Barrabás.
22 Disse-lhes Pilatos:
Que farei entäo de Jesus, chamado Cristo? Disseram-lhe todos: Seja
crucificado.
23 O presidente,
porém, disse: Mas que mal fez ele? E eles mais clamavam, dizendo:
Seja crucificado.
24 Entäo Pilatos,
vendo que nada aproveitava, antes o tumulto crescia, tomando água,
lavou as mäos diante da multidäo, dizendo: Estou inocente do
sangue deste justo. Considerai isso.
25 E, respondendo
todo o povo, disse: O seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos.
26 Entäo soltou-lhes
Barrabás, e, tendo mandado açoitar a Jesus, entregou-o para
ser crucificado.
27 E logo os soldados
do presidente, conduzindo Jesus à audiência, reuniram junto
dele toda a coorte.
28 E, despindo-o,
o cobriram com uma capa de escarlate;
29 E, tecendo uma
coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça, e em sua mäo direita
uma cana; e, ajoelhando diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei
dos judeus.
30 E, cuspindo nele,
tiraram-lhe a cana, e batiam-lhe com ela na cabeça.
31 E, depois de
o haverem escarnecido, tiraram-lhe a capa, vestiram-lhe as suas vestes
e o levaram para ser crucificado.
32 E, quando saíam,
encontraram um homem cireneu, chamado Simäo, a quem constrangeram
a levar a sua cruz.
33 E, chegando ao
lugar chamado Gólgota, que se diz: Lugar da Caveira,
34 Deram-lhe a beber
vinagre misturado com fel; mas ele, provando-o, näo quis beber.
35 E, havendo-o
crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sortes, para que
se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas
vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes.
36 E, assentados,
o guardavam ali.
37 E por cima da
sua cabeça puseram escrita a sua acusaçäo: ESTE É
JESUS, O REI DOS JUDEUS.
38 E foram crucificados
com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda.
39 E os que passavam
blasfemavam dele, meneando as cabeças,
40 E dizendo: Tu,
que destróis o templo, e em três dias o reedificas, salva-te
a ti mesmo. Se és Filho de Deus, desce da cruz.
41 E da mesma maneira
também os príncipes dos sacerdotes, com os escribas, e anciäos,
e fariseus, escarnecendo, diziam:
42 Salvou os outros,
e a si mesmo näo pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça
agora da cruz, e crê-lo-emos.
43 Confiou em Deus;
livre-o agora, se o ama; porque disse: Sou Filho de Deus.
44 E o mesmo lhe
lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam
crucificados.
45 E desde a hora
sexta houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona.
46 E perto da hora
nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactáni;
isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
47 E alguns dos
que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Este chama por Elias,
48 E logo um deles,
correndo, tomou uma esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo-a numa cana,
dava-lhe de beber.
49 Os outros, porém,
diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo.
50 E Jesus, clamando
outra vez com grande voz, rendeu o espírito.
51 E eis que o véu
do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se
as pedras;
52 E abriram-se
os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados;
53 E, saindo dos
sepulcros, depois da ressurreiçäo dele, entraram na cidade
santa, e apareceram a muitos.
54 E o centuriäo
e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto, e as coisas que
haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este
era Filho de Deus.
55 E estavam ali,
olhando de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galiléia,
para o servir;
56 Entre as quais
estavam Maria Madalena, e Maria, mäe de Tiago e de José, e
a mäe dos filhos de Zebedeu.
57 E, vinda já
a tarde, chegou um homem rico, de Arimatéia, por nome José,
que também era discípulo de Jesus.
58 Este foi ter
com Pilatos, e pediu-lhe o corpo de Jesus. Entäo Pilatos mandou que
o corpo lhe fosse dado.
59 E José,
tomando o corpo, envolveu-o num fino e limpo lençol,
60 E o pós
no seu sepulcro novo, que havia aberto em rocha, e, rodando uma grande
pedra para a porta do sepulcro, retirou-se.
61 E estavam ali
Maria Madalena e a outra Maria, assentadas defronte do sepulcro.
62 E no dia seguinte,
que é o dia depois da Preparaçäo, reuniram-se os príncipes
dos sacerdotes e os fariseus em casa de Pilatos,
63 Dizendo: Senhor,
lembramo-nos de que aquele enganador, vivendo ainda, disse: Depois de três
dias ressuscitarei.
64 Manda, pois,
que o sepulcro seja guardado com segurança até ao terceiro
dia, näo se dê o caso que os seus discípulos väo
de noite, e o furtem, e digam ao povo: Ressuscitou dentre os mortos; e
assim o último erro será pior do que o primeiro.
65 E disse-lhes
Pilatos: Tendes a guarda; ide, guardai-o como entenderdes.
66 E, indo eles,
seguraram o sepulcro com a guarda, selando a pedra.
1 E, no fim do sábado,
quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e
a outra Maria foram ver o sepulcro.
2 E eis que houvera
um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu,
chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela.
3 E o seu aspecto
era como um relámpago, e as suas vestes brancas como neve.
4 E os guardas,
com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos.
5 Mas o anjo, respondendo,
disse às mulheres: Näo tenhais medo; pois eu sei que buscais
a Jesus, que foi crucificado.
6 Ele näo está
aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar
onde o Senhor jazia.
7 Ide pois, imediatamente,
e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dentre os
mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galiléia;
ali o vereis. Eis que eu vo-lo tenho dito.
8 E, saindo elas
pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo
aos seus discípulos.
9 E, indo elas a
dar as novas aos seus discípulos, eis que Jesus lhes sai ao encontro,
dizendo: Eu vos saúdo. E elas, chegando, abraçaram os seus
pés, e o adoraram.
10 Entäo Jesus
disse-lhes: Näo temais; ide dizer a meus irmäos que väo
à Galiléia, e lá me veräo.
11 E, quando iam,
eis que alguns da guarda, chegando à cidade, anunciaram aos príncipes
dos sacerdotes todas as coisas que haviam acontecido.
12 E, congregados
eles com os anciäos, e tomando conselho entre si, deram muito dinheiro
aos soldados,
13 Dizendo: Dizei:
Vieram de noite os seus discípulos e, dormindo nós, o furtaram.
14 E, se isto chegar
a ser ouvido pelo presidente, nós o persuadiremos, e vos poremos
em segurança.
15 E eles, recebendo
o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E foi divulgado este
dito entre os judeus, até ao dia de hoje.
16 E os onze discípulos
partiram para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha designado.
17 E, quando o viram,
o adoraram; mas alguns duvidaram.
18 E, chegando-se
Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu
e na terra.
19 Portanto ide,
fazei discípulos de todas as naçöes, batizando-os em
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20 Ensinando-os
a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou
convosco todos os dias, até a consumaçäo dos séculos.
Amém.