LIVRO DE
PROVÉRBIOS
CAPITULOS
Capitulo 21
1 Como ribeiros
de águas assim é o coraçäo do rei na mäo
do SENHOR, que o inclina a todo o seu querer.
2 Todo caminho
do homem é reto aos seus olhos, mas o SENHOR sonda os coraçöes.
3 Fazer justiça
e juízo é mais aceitável ao SENHOR do que sacrifício.
4 Os olhos
altivos, o coraçäo orgulhoso e a lavoura dos ímpios
é pecado.
5 Os pensamentos
do diligente tendem só para a abundáncia, porém os
de todo apressado, täo-somente para a pobreza.
6 Trabalhar
com língua falsa para ajuntar tesouros é vaidade que conduz
aqueles que buscam a morte.
7 As rapinas
dos ímpios os destruiräo, porquanto se recusam a fazer justiça.
8 O caminho
do homem é todo perverso e estranho, porém a obra do homem
puro é reta.
9 É
melhor morar num canto de telhado do que ter como companheira em casa ampla
uma mulher briguenta.
10 A alma
do ímpio deseja o mal; o seu próximo näo agrada aos
seus olhos.
11 Quando
o escarnecedor é castigado, o simples torna-se sábio; e o
sábio quando é instruído recebe o conhecimento.
12 O justo
considera com prudência a casa do ímpio; mas Deus destrói
os ímpios por causa dos seus males.
13 O que tapa
o seu ouvido ao clamor do pobre, ele mesmo também clamará
e näo será ouvido.
14 O presente
dado em segredo aplaca a ira, e a dádiva no regaço pöe
fim à maior indignaçäo.
15 O fazer
justiça é alegria para o justo, mas destruiçäo
para os que praticam a iniqüidade.
16 O homem
que anda desviado do caminho do entendimento, na congregaçäo
dos mortos repousará.
17 O que ama
os prazeres padecerá necessidade; o que ama o vinho e o azeite nunca
enriquecerá.
18 O resgate
do justo é o ímpio; o do honrado é o perverso.
19 É
melhor morar numa terra deserta do que com a mulher rixosa e irritadiça.
20 Tesouro
desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem
insensato os esgota.
21 O que segue
a justiça e a beneficência achará a vida, a justiça
e a honra.
22 O sábio
escala a cidade do poderoso e derruba a força da sua confiança.
23 O que guarda
a sua boca e a sua língua guarda a sua alma das angústias.
24 O soberbo
e presumido, zombador é o seu nome, trata com indignaçäo
e soberba.
25 O desejo
do preguiçoso o mata, porque as suas mäos recusam trabalhar.
26 O cobiçoso
cobiça o dia todo, mas o justo dá, e nada retém.
27 O sacrifício
dos ímpios já é abominaçäo; quanto mais
oferecendo-o com má intençäo!
28 A falsa
testemunha perecerá, porém o homem que dá ouvidos
falará sempre.
29 O homem
ímpio endurece o seu rosto; mas o reto considera o seu caminho.
30 Näo
há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o SENHOR.
31 Prepara-se
o cavalo para o dia da batalha, porém do SENHOR vem a vitória.
Capitulo 22
1 Vale mais
ter um bom nome do que muitas riquezas; e o ser estimado é melhor
do que a riqueza e o ouro.
2 O rico e
o pobre se encontram; a todos o SENHOR os fez.
3 O prudente
prevê o mal, e esconde-se; mas os simples passam e acabam pagando.
4 O galardäo
da humildade e o temor do SENHOR säo riquezas, honra e vida.
5 Espinhos
e laços há no caminho do perverso; o que guarda a sua alma
retira-se para longe dele.
6 Educa a
criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer
näo se desviará dele.
7 O rico domina
sobre os pobres e o que toma emprestado é servo do que empresta.
8 O que semear
a perversidade segará males; e com a vara da sua própria
indignaçäo será extinto.
9 O que vê
com bons olhos será abençoado, porque dá do seu päo
ao pobre.
10 Lança
fora o escarnecedor, e se irá a contenda; e acabará a questäo
e a vergonha.
11 O que ama
a pureza de coraçäo, e é amável de lábios,
será amigo do rei.
12 Os olhos
do SENHOR conservam o conhecimento, mas as palavras do iníquo ele
transtornará.
13 Diz o preguiçoso:
Um leäo está lá fora; serei morto no meio das ruas.
14 Cova profunda
é a boca das mulheres estranhas; aquele contra quem o SENHOR se
irar, cairá nela.
15 A estultícia
está ligada ao coraçäo da criança, mas a vara
da correçäo a afugentará dela.
16 O que oprime
ao pobre para se engrandecer a si mesmo, ou o que dá ao rico, certamente
empobrecerá.
17 Inclina
o teu ouvido e ouve as palavras dos sábios, e aplica o teu coraçäo
ao meu conhecimento.
18 Porque
te será agradável se as guardares no teu íntimo, se
aplicares todas elas aos teus lábios.
19 Para que
a tua confiança esteja no SENHOR, faço-te sabê-las
hoje, a ti mesmo.
20 Porventura
näo te escrevi excelentes coisas, acerca de todo conselho e conhecimento,
21 Para fazer-te
saber a certeza das palavras da verdade, e assim possas responder palavras
de verdade aos que te consultarem?
22 Näo
roubes ao pobre, porque é pobre, nem atropeles na porta o aflito;
23 Porque
o SENHOR defenderá a sua causa em juízo, e aos que os roubam
ele lhes tirará a vida.
24 Näo
sejas companheiro do homem briguento nem andes com o colérico,
25 Para que
näo aprendas as suas veredas, e tomes um laço para a tua alma.
26 Näo
estejas entre os que se comprometem, e entre os que ficam por fiadores
de dívidas,
27 Pois se
näo tens com que pagar, deixarias que te tirassem até a tua
cama de debaixo de ti?
28 Näo
removas os antigos limites que teus pais fizeram.
29 Viste o
homem diligente na sua obra? Perante reis será posto; näo permanecerá
entre os de posiçäo inferior.
Capitulo 23
1 Quando te
assentares a comer com um governador, atenta bem para o que é posto
diante de ti,
2 E se és
homem de grande apetite, pöe uma faca à tua garganta.
3 Näo
cobices as suas iguarias porque säo comidas enganosas.
4 Näo
te fatigues para enriqueceres; e näo apliques nisso a tua sabedoria.
5 Porventura
fixarás os teus olhos naquilo que näo é nada? porque
certamente criará asas e voará ao céu como a águia.
6 Näo
comas o päo daquele que tem o olhar maligno, nem cobices as suas iguarias
gostosas.
7 Porque,
como imaginou no seu coraçäo, assim é ele. Come e bebe,
te disse ele; porém o seu coraçäo näo está
contigo.
8 Vomitarás
o bocado que comeste, e perderás as tuas suaves palavras.
9 Näo
fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas
palavras.
10 Näo
removas os limites antigos nem entres nos campos dos órfäos,
11 Porque
o seu redentor é poderoso; e pleiteará a causa deles contra
ti.
12 Aplica
o teu coraçäo à instruçäo e os teus ouvidos
às palavras do conhecimento.
13 Näo
retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara,
nem por isso morrerá.
14 Tu a fustigarás
com a vara, e livrarás a sua alma do inferno.
15 Filho meu,
se o teu coraçäo for sábio, alegrar-se-á o meu
coraçäo, sim, o meu próprio.
16 E exultaräo
os meus rins, quando os teus lábios falarem coisas retas.
17 O teu coraçäo
näo inveje os pecadores; antes permanece no temor do SENHOR todo dia.
18 Porque
certamente acabará bem; näo será malograda a tua esperança.
19 Ouve tu,
filho meu, e sê sábio, e dirige no caminho o teu coraçäo.
20 Näo
estejas entre os beberröes de vinho, nem entre os comilöes de
carne.
21 Porque
o beberräo e o comiläo acabaräo na pobreza; e a sonolência
os faz vestir-se de trapos.
22 Ouve teu
pai, que te gerou, e näo desprezes tua mäe, quando vier a envelhecer.
23 Compra
a verdade, e näo a vendas; e também a sabedoria, a instruçäo
e o entendimento.
24 Grandemente
se regozijará o pai do justo, e o que gerar um sábio, se
alegrará nele.
25 Alegrem-se
teu pai e tua mäe, e regozije-se a que te gerou.
26 Dá-me,
filho meu, o teu coraçäo, e os teus olhos observem os meus
caminhos.
27 Porque
cova profunda é a prostituta, e poço estreito a estranha.
28 Pois ela,
como um salteador, se pöe à espreita, e multiplica entre os
homens os iníquos.
29 Para quem
säo os ais? Para quem os pesares? Para quem as pelejas? Para quem
as queixas? Para quem as feridas sem causa? E para quem os olhos vermelhos?
30 Para os
que se demoram perto do vinho, para os que andam buscando vinho misturado.
31 Näo
olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo
e se escoa suavemente.
32 No fim,
picará como a cobra, e como o basilisco morderá.
33 Os teus
olhos olharäo para as mulheres estranhas, e o teu coraçäo
falará perversidades.
34 E serás
como o que se deita no meio do mar, e como o que jaz no topo do mastro.
35 E dirás:
Espancaram-me e näo me doeu; bateram-me e nem senti; quando despertarei?
aí entäo beberei outra vez.
Capitulo 24
1 Näo
tenhas inveja dos homens malignos, nem desejes estar com eles.
2 Porque o
seu coraçäo medita a rapina, e os seus lábios falam
a malícia.
3 Com a sabedoria
se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece;
4 E pelo conhecimento
se encheräo as cámaras com todos os bens preciosos e agradáveis.
5 O homem
sábio é forte, e o homem de conhecimento consolida a força.
6 Com conselhos
prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidäo
dos conselheiros.
7 A sabedoria
é demasiadamente alta para o tolo, na porta näo abrirá
a sua boca.
8 Åquele
que cuida em fazer mal, chamá-lo-äo de pessoa danosa.
9 O pensamento
do tolo é pecado, e abominável aos homens é o escarnecedor.
10 Se te mostrares
fraco no dia da angústia, é que a tua força é
pequena.
11 Se tu deixares
de livrar os que estäo sendo levados para a morte, e aos que estäo
sendo levados para a matança;
12 Se disseres:
Eis que näo o sabemos; porventura näo o considerará aquele
que pondera os coraçöes? Näo o saberá aquele que
atenta para a tua alma? Näo dará ele ao homem conforme a sua
obra?
13 Come mel,
meu filho, porque é bom; o favo de mel é doce ao teu paladar.
14 Assim será
para a tua alma o conhecimento da sabedoria; se a achares, haverá
galardäo para ti e näo será cortada a tua esperança.
15 Näo
armes ciladas contra a habitaçäo do justo, ó ímpio,
nem assoles o seu lugar de repouso,
16 Porque
sete vezes cairá o justo, e se levantará; mas os ímpios
tropeçaräo no mal.
17 Quando
cair o teu inimigo, näo te alegres, nem se regozije o teu coraçäo
quando ele tropeçar;
18 Para que,
vendo-o o SENHOR, seja isso mau aos seus olhos, e desvie dele a sua ira.
19 Näo
te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos ímpios,
20 Porque
o homem maligno näo terá galardäo, e a lámpada
dos ímpios se apagará.
21 Teme ao
SENHOR, filho meu, e ao rei, e näo te ponhas com os que buscam mudanças,
22 Porque
de repente se levantará a sua destruiçäo, e a ruína
de ambos, quem o sabe?
23 Também
estes säo provérbios dos sábios: Ter respeito a pessoas
no julgamento näo é bom.
24 O que disser
ao ímpio: Justo és, os povos o amaldiçoaräo,
as naçöes o detestaräo.
25 Mas para
os que o repreenderem haverá delícias, e sobre eles virá
a bênçäo do bem.
26 Beijados
seräo os lábios do que responde com palavras retas.
27 Prepara
de fora a tua obra, e aparelha-a no campo, e entäo edifica a tua casa.
28 Näo
sejas testemunha sem causa contra o teu próximo; e näo enganes
com os teus lábios.
29 Näo
digas: Como ele me fez a mim, assim o farei eu a ele; pagarei a cada um
segundo a sua obra.
30 Passei
pelo campo do preguiçoso, e junto à vinha do homem falto
de entendimento,
31 Eis que
estava toda cheia de cardos, e a sua superfície coberta de urtiga,
e o seu muro de pedras estava derrubado.
32 O que eu
tenho visto, o guardarei no coraçäo, e vendo-o recebi instruçäo.
33 Um pouco
a dormir, um pouco a cochilar; outro pouco deitado de mäos cruzadas,
para dormir,
34 Assim te
sobrevirá a tua pobreza como um vagabundo, e a tua necessidade como
um homem armado.
Capitulo 25
1 Também
estes säo provérbios de Salomäo, os quais transcreveram
os homens de Ezequias, rei de Judá.
2 A glória
de Deus está nas coisas encobertas; mas a honra dos reis, está
em descobri-las.
3 Os céus,
pela altura, e a terra, pela profundidade, assim o coraçäo
dos reis é insondável.
4 Tira da
prata as escórias, e sairá vaso para o fundidor;
5 Tira o ímpio
da presença do rei, e o seu trono se firmará na justiça.
6 Näo
te glories na presença do rei, nem te ponhas no lugar dos grandes;
7 Porque melhor
é que te digam: Sobe aqui; do que seres humilhado diante do príncipe
que os teus olhos já viram.
8 Näo
te precipites em litigar, para que depois, ao fim, fiques sem açäo,
quando teu próximo te puser em apuros.
9 Pleiteia
a tua causa com o teu próximo, e näo reveles o problema a outrem,
10 Para que
näo te desonre o que o ouvir, e a tua infámia näo se aparte
de ti.
11 Como maçäs
de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.
12 Como pendentes
de ouro e gargantilhas de ouro fino, assim é o sábio repreensor
para o ouvido atento.
13 Como o
frio da neve no tempo da sega, assim é o mensageiro fiel para com
os que o enviam; porque refresca a alma dos seus senhores.
14 Como nuvens
e ventos que näo trazem chuva, assim é o homem que se gaba
falsamente de dádivas.
15 Pela longanimidade
se persuade o príncipe, e a língua branda amolece até
os ossos.
16 Achaste
mel? come só o que te basta; para que porventura näo te fartes
dele, e o venhas a vomitar.
17 Näo
ponhas muito os pés na casa do teu próximo; para que se näo
enfade de ti, e passe a te odiar.
18 Martelo,
espada e flecha aguda é o homem que profere falso testemunho contra
o seu próximo.
19 Como dente
quebrado, e pé desconjuntado, é a confiança no desleal,
no tempo da angústia.
20 O que canta
cançöes para o coraçäo aflito é como aquele
que despe a roupa num dia de frio, ou como o vinagre sobre salitre.
21 Se o teu
inimigo tiver fome, dá-lhe päo para comer; e se tiver sede,
dá-lhe água para beber;
22 Porque
assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça; e o SENHOR to
retribuirá.
23 O vento
norte afugenta a chuva, e a face irada, a língua fingida.
24 Melhor
é morar só num canto de telhado do que com a mulher briguenta
numa casa ampla.
25 Como água
fresca para a alma cansada, tais säo as boas novas vindas da terra
distante.
26 Como fonte
turvada, e manancial poluído, assim é o justo que cede diante
do ímpio.
27 Comer mel
demais näo é bom; assim, a busca da própria glória
näo é glória.
28 Como a
cidade derrubada, sem muro, assim é o homem que näo pode conter
o seu espírito.
Capitulo 26
1 Como a neve
no veräo, e como a chuva na sega, assim näo fica bem para o tolo
a honra.
2 Como ao
pássaro o vaguear, como à andorinha o voar, assim a maldiçäo
sem causa näo virá.
3 O açoite
é para o cavalo, o freio é para o jumento, e a vara é
para as costas dos tolos.
4 Näo
respondas ao tolo segundo a sua estultícia; para que também
näo te faças semelhante a ele.
5 Responde
ao tolo segundo a sua estultícia, para que näo seja sábio
aos seus próprios olhos.
6 Os pés
corta, e o dano sorve, aquele que manda mensagem pela mäo dum tolo.
7 Como as
pernas do coxo, que pendem flácidas, assim é o provérbio
na boca dos tolos.
8 Como o que
arma a funda com pedra preciosa, assim é aquele que concede honra
ao tolo.
9 Como o espinho
que entra na mäo do bêbado, assim é o provérbio
na boca dos tolos.
10 O Poderoso,
que formou todas as coisas, paga ao tolo, e recompensa ao transgressor.
11 Como o
cäo torna ao seu vómito, assim o tolo repete a sua estultícia.
12 Tens visto
o homem que é sábio a seus próprios olhos? Pode-se
esperar mais do tolo do que dele.
13 Diz o preguiçoso:
Um leäo está no caminho; um leäo está nas ruas.
14 Como a
porta gira nos seus gonzos, assim o preguiçoso na sua cama.
15 O preguiçoso
esconde a sua mäo ao seio; e cansa-se até de torná-la
à sua boca.
16 Mais sábio
é o preguiçoso a seus próprios olhos do que sete homens
que respondem bem.
17 O que,
passando, se pöe em questäo alheia, é como aquele que
pega um cäo pelas orelhas.
18 Como o
louco que solta faíscas, flechas, e mortandades,
19 Assim é
o homem que engana o seu próximo, e diz: Fiz isso por brincadeira.
20 Sem lenha,
o fogo se apagará; e näo havendo intrigante, cessará
a contenda.
21 Como o
carväo para as brasas, e a lenha para o fogo, assim é o homem
contencioso para acender rixas.
22 As palavras
do intrigante säo como doces bocados; elas descem ao mais íntimo
do ventre.
23 Como o
caco de vaso coberto de escórias de prata, assim säo os lábios
ardentes com o coraçäo maligno.
24 Aquele
que odeia dissimula com seus lábios, mas no seu íntimo encobre
o engano;
25 Quando
te suplicar com voz suave näo te fies nele, porque abriga sete abominaçöes
no seu coraçäo,
26 Cujo ódio
se encobre com engano, a sua maldade será exposta perante a congregaçäo.
27 O que cava
uma cova cairá nela; e o que revolve a pedra, esta voltará
sobre ele.
28 A língua
falsa odeia aos que ela fere, e a boca lisonjeira provoca a ruína.
Capitulo 27
1 Näo
presumas do dia de amanhä, porque näo sabes o que ele trará.
2 Que um outro
te louve, e näo a tua própria boca; o estranho, e näo
os teus lábios.
3 A pedra
é pesada, e a areia é espessa; porém a ira do insensato
é mais pesada que ambas.
4 O furor
é cruel e a ira impetuosa, mas quem poderá enfrentar a inveja?
5 Melhor é
a repreensäo franca do que o amor encoberto.
6 Leais säo
as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo säo enganosos.
7 A alma farta
pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce.
8 Qual a ave
que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando
longe da sua morada.
9 O óleo
e o perfume alegram o coraçäo; assim o faz a doçura
do amigo pelo conselho cordial.
10 Näo
deixes o teu amigo, nem o amigo de teu pai; nem entres na casa de teu irmäo
no dia da tua adversidade; melhor é o vizinho perto do que o irmäo
longe.
11 Sê
sábio, filho meu, e alegra o meu coraçäo, para que tenha
alguma coisa que responder àquele que me desprezar.
12 O avisado
vê o mal e esconde-se; mas os simples passam e sofrem a pena.
13 Quando
alguém fica por fiador do estranho, toma-lhe até a sua roupa,
e por penhor àquele que se obriga pela mulher estranha.
14 O que,
pela manhä de madrugada, abençoa o seu amigo em alta voz, lho
será imputado por maldiçäo.
15 O gotejar
contínuo em dia de grande chuva, e a mulher contenciosa, uma e outra
säo semelhantes;
16 Tentar
moderá-la será como deter o vento, ou como conter o óleo
dentro da sua mäo direita.
17 Como o
ferro com ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo.
18 O que cuida
da figueira comerá do seu fruto; e o que atenta para o seu senhor
será honrado.
19 Como na
água o rosto corresponde ao rosto, assim o coraçäo do
homem ao homem.
20 Como o
inferno e a perdiçäo nunca se fartam, assim os olhos do homem
nunca se satisfazem.
21 Como o
crisol é para a prata, e o forno para o ouro, assim o homem é
provado pelos louvores.
22 Ainda que
repreendas o tolo como quem bate o trigo com a mäo de gral entre gräos
pilados, näo se apartará dele a sua estultícia.
23 Procura
conhecer o estado das tuas ovelhas; pöe o teu coraçäo
sobre os teus rebanhos,
24 Porque
o tesouro näo dura para sempre; e durará a coroa de geraçäo
em geraçäo?
25 Quando
brotar a erva, e aparecerem os renovos, e se juntarem as ervas dos montes,
26 Entäo
os cordeiros seräo para te vestires, e os bodes para o preço
do campo;
27 E a abastança
do leite das cabras para o teu sustento, para sustento da tua casa e para
sustento das tuas servas.
Capitulo 28
1 Os ímpios
fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos säo
ousados como um leäo.
2 Pela transgressäo
da terra muitos säo os seus príncipes, mas por homem prudente
e entendido a sua continuidade será prolongada.
3 O homem
pobre que oprime os pobres é como a chuva impetuosa, que causa a
falta de alimento.
4 Os que deixam
a lei louvam o ímpio; porém os que guardam a lei contendem
com eles.
5 Os homens
maus näo entendem o juízo, mas os que buscam ao SENHOR entendem
tudo.
6 Melhor é
o pobre que anda na sua integridade do que o de caminhos perversos ainda
que seja rico.
7 O que guarda
a lei é filho sábio, mas o companheiro dos desregrados envergonha
a seu pai.
8 O que aumenta
os seus bens com usura e ganáncia ajunta-os para o que se compadece
do pobre.
9 O que desvia
os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oraçäo será
abominável.
10 O que faz
com que os retos errem por mau caminho, ele mesmo cairá na sua cova;
mas os bons herdaräo o bem.
11 O homem
rico é sábio aos seus próprios olhos, mas o pobre
que é entendido, o examina.
12 Quando
os justos exultam, grande é a glória; mas quando os ímpios
sobem, os homens se escondem.
13 O que encobre
as suas transgressöes nunca prosperará, mas o que as confessa
e deixa, alcançará misericórdia.
14 Bem-aventurado
o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coraçäo
cairá no mal.
15 Como leäo
rugidor, e urso faminto, assim é o ímpio que domina sobre
um povo pobre.
16 O príncipe
falto de entendimento é também um grande opressor, mas o
que odeia a avareza prolongará seus dias.
17 O homem
carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até à
cova; ninguém o detenha.
18 O que anda
sinceramente salvar-se-á, mas o perverso em seus caminhos cairá
logo.
19 O que lavrar
a sua terra virá a fartar-se de päo, mas o que segue a ociosos
se fartará de pobreza.
20 O homem
fiel será coberto de bênçäos, mas o que se apressa
a enriquecer näo ficará impune.
21 Dar importáncia
à aparência das pessoas näo é bom, porque até
por um bocado de päo um homem prevaricará.
22 O que quer
enriquecer depressa é homem de olho maligno, porém näo
sabe que a pobreza há de vir sobre ele.
23 O que repreende
o homem gozará depois mais amizade do que aquele que lisonjeia com
a língua.
24 O que rouba
a seu próprio pai, ou a sua mäe, e diz: Näo é transgressäo,
companheiro é do homem destruidor.
25 O orgulhoso
de coraçäo levanta contendas, mas o que confia no SENHOR prosperará.
26 O que confia
no seu próprio coraçäo é insensato, mas o que
anda em sabedoria, será salvo.
27 O que dá
ao pobre näo terá necessidade, mas o que esconde os seus olhos
terá muitas maldiçöes.
28 Quando
os ímpios se elevam, os homens andam se escondendo, mas quando perecem,
os justos se multiplicam.
Capitulo 29
1 O Homem
que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será
destruído sem que haja remédio.
2 Quando os
justos se engrandecem, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina,
o povo geme.
3 O homem
que ama a sabedoria alegra a seu pai, mas o companheiro de prostitutas
desperdiça os bens.
4 O rei com
juízo sustém a terra, mas o amigo de peitas a transtorna.
5 O homem
que lisonjeia o seu próximo arma uma rede aos seus passos.
6 Na transgressäo
do homem mau há laço, mas o justo jubila e se alegra.
7 O justo
se informa da causa dos pobres, mas o ímpio nem sequer toma conhecimento.
8 Os homens
escarnecedores alvoroçam a cidade, mas os sábios desviam
a ira.
9 O homem
sábio que pleiteia com o tolo, quer se zangue, quer se ria, näo
terá descanso.
10 Os homens
sanguinários odeiam ao sincero, mas os justos procuram o seu bem.
11 O tolo
revela todo o seu pensamento, mas o sábio o guarda até o
fim.
12 O governador
que dá atençäo às palavras mentirosas, achará
que todos os seus servos säo ímpios.
13 O pobre
e o usurário se encontram; o SENHOR ilumina os olhos de ambos.
14 O rei que
julga os pobres conforme a verdade firmará o seu trono para sempre.
15 A vara
e a repreensäo däo sabedoria, mas a criança entregue a
si mesma, envergonha a sua mäe.
16 Quando
os ímpios se multiplicam, multiplicam-se as transgressöes,
mas os justos veräo a sua queda.
17 Castiga
o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à
tua alma.
18 Näo
havendo profecia, o povo perece; porém o que guarda a lei, esse
é bem-aventurado.
19 O servo
näo se emendará com palavras, porque, ainda que entenda, todavia
näo atenderá.
20 Tens visto
um homem precipitado no falar? Maior esperança há para um
tolo do que para ele.
21 Quando
alguém cria o seu servo com mimos desde a meninice, por fim ele
tornar-se-á seu filho.
22 O homem
irascível levanta contendas; e o furioso multiplica as transgressöes.
23 A soberba
do homem o abaterá, mas a honra sustentará o humilde de espírito.
24 O que tem
parte com o ladräo odeia a sua própria alma; ouve maldiçöes,
e näo o denuncia.
25 O temor
do homem armará laços, mas o que confia no SENHOR será
posto em alto retiro.
26 Muitos
buscam o favor do poderoso, mas o juízo de cada um vem do SENHOR.
27 Abominaçäo
é, para os justos, o homem iníquo; mas abominaçäo
é para o iníquo o de retos caminhos.
Capitulo 30
1 Palavras
de Agur, filho de Jaque, o masaíta, que proferiu este homem a Itiel,
a Itiel e a Ucal:
2 Na verdade
eu sou o mais bruto dos homens, nem mesmo tenho o conhecimento de homem.
3 Nem aprendi
a sabedoria, nem tenho o conhecimento do santo.
4 Quem subiu
ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou
as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra?
Qual é o seu nome? E qual é o nome de seu filho, se é
que o sabes?
5 Toda a Palavra
de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele.
6 Nada acrescentes
às suas palavras, para que näo te repreenda e sejas achado
mentiroso.
7 Duas coisas
te pedi; näo mas negues, antes que morra:
8 Afasta de
mim a vaidade e a palavra mentirosa; näo me dês nem a pobreza
nem a riqueza; mantém-me do päo da minha porçäo
de costume;
9 Para que,
porventura, estando farto näo te negue, e venha a dizer: Quem é
o SENHOR? ou que, empobrecendo, näo venha a furtar, e tome o nome
de Deus em väo.
10 Näo
acuses o servo diante de seu senhor, para que näo te amaldiçoe
e tu fiques o culpado.
11 Há
uma geraçäo que amaldiçoa a seu pai, e que näo
bendiz a sua mäe.
12 Há
uma geraçäo que é pura aos seus próprios olhos,
mas que nunca foi lavada da sua imundícia.
13 Há
uma geraçäo cujos olhos säo altivos, e as suas pálpebras
säo sempre levantadas.
14 Há
uma geraçäo cujos dentes säo espadas, e cujas queixadas
säo facas, para consumirem da terra os aflitos, e os necessitados
dentre os homens.
15 A sanguessuga
tem duas filhas: Dá e Dá. Estas três coisas nunca se
fartam; e com a quarta, nunca dizem: Basta!
16 A sepultura;
a madre estéril; a terra que näo se farta de água; e
o fogo; nunca dizem: Basta!
17 Os olhos
que zombam do pai, ou desprezam a obediência à mäe, corvos
do ribeiro os arrancaräo e os filhotes da águia os comeräo.
18 Estas três
coisas me maravilham; e quatro há que näo conheço:
19 O caminho
da águia no ar; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio
no meio do mar; e o caminho do homem com uma virgem.
20 O caminho
da mulher adúltera é assim: ela come, depois limpa a sua
boca e diz: Näo fiz nada de mal!
21 Por três
coisas se alvoroça a terra; e por quatro que näo pode suportar:
22 Pelo servo,
quando reina; e pelo tolo, quando vive na fartura;
23 Pela mulher
odiosa, quando é casada; e pela serva, quando fica herdeira da sua
senhora.
24 Estas quatro
coisas säo das menores da terra, porém bem providas de sabedoria:
25 As formigas
näo säo um povo forte; todavia no veräo preparam a sua comida;
26 Os coelhos
säo um povo débil; e contudo, pöem a sua casa na rocha;
27 Os gafanhotos
näo têm rei; e contudo todos saem, e em bandos se repartem;
28 A aranha
se pendura com as mäos, e está nos palácios dos reis.
29 Estes três
têm um bom andar, e quatro passeiam airosamente;
30 O leäo,
o mais forte entre os animais, que näo foge de nada;
31 O galgo;
o bode também; e o rei a quem näo se pode resistir.
32 Se procedeste
loucamente, exaltando-te, e se planejaste o mal, leva a mäo à
boca;
33 Porque
o mexer do leite produz manteiga, o espremer do nariz produz sangue; assim
o forçar da ira produz contenda.
Capitulo 31
1 Palavras
do rei Lemuel, a profecia que lhe ensinou a sua mäe.
2 Como, filho
meu? e como, filho do meu ventre? e como, filho dos meus votos?
3 Näo
dês às mulheres a tua força, nem os teus caminhos ao
que destrói os reis.
4 Näo
é próprio dos reis, ó Lemuel, näo é próprio
dos reis beber vinho, nem dos príncipes o desejar bebida forte;
5 Para que
bebendo, se esqueçam da lei, e pervertam o direito de todos os aflitos.
6 Dai bebida
forte ao que está prestes a perecer, e o vinho aos amargurados de
espírito.
7 Que beba,
e esqueça da sua pobreza, e da sua miséria näo se lembre
mais.
8 Abre a tua
boca a favor do mudo, pela causa de todos que säo designados à
destruiçäo.
9 Abre a tua
boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados.
10 Mulher
virtuosa quem a achará? O seu valor muito excede ao de rubis.
11 O coraçäo
do seu marido está nela confiado; assim ele näo necessitará
de despojo.
12 Ela só
lhe faz bem, e näo mal, todos os dias da sua vida.
13 Busca lä
e linho, e trabalha de boa vontade com suas mäos.
14 Como o
navio mercante, ela traz de longe o seu päo.
15 Levanta-se,
mesmo à noite, para dar de comer aos da casa, e distribuir a tarefa
das servas.
16 Examina
uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mäos.
17 Cinge os
seus lombos de força, e fortalece os seus braços.
18 Vê
que é boa a sua mercadoria; e a sua lámpada näo se apaga
de noite.
19 Estende
as suas mäos ao fuso, e suas mäos pegam na roca.
20 Abre a
sua mäo ao pobre, e estende as suas mäos ao necessitado.
21 Näo
teme a neve na sua casa, porque toda a sua família está vestida
de escarlata.
22 Faz para
si cobertas de tapeçaria; seu vestido é de seda e de púrpura.
23 Seu marido
é conhecido nas portas, e assenta-se entre os anciäos da terra.
24 Faz panos
de linho fino e vende-os, e entrega cintos aos mercadores.
25 A força
e a honra säo seu vestido, e se alegrará com o dia futuro.
26 Abre a
sua boca com sabedoria, e a lei da beneficência está na sua
língua.
27 Está
atenta ao andamento da casa, e näo come o päo da preguiça.
28 Levantam-se
seus filhos e chamam-na bem-aventurada; seu marido também, e ele
a louva.
29 Muitas
filhas têm procedido virtuosamente, mas tu és, de todas, a
mais excelente!
30 Enganosa
é a beleza e vä a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR,
essa sim será louvada.
31 Dai-lhe
do fruto das suas mäos, e deixe o seu próprio trabalho louvá-la
nas portas.