LIVRO DE
JUÍZES
CAPITULOS
Capitulo 12
1 Entäo
se convocaram os homens de Efraim, e passaram para o norte, e disseram
a Jefté: Por que passaste a combater contra os filhos de Amom, e
näo nos chamaste para ir contigo? Queimaremos a fogo a tua casa contigo.
2 E Jefté
lhes disse: Eu e o meu povo tivemos grande contenda com os filhos de Amom;
e chamei-vos, e näo me livrastes da sua mäo;
3 E, vendo
eu que näo me livráveis, arrisquei a minha vida, e passei contra
os filhos de Amom, e o SENHOR mos entregou nas mäos; por que, pois,
subistes vós hoje, para combater contra mim?
4 E ajuntou
Jefté a todos os homens de Gileade, e combateu contra Efraim; e
os homens de Gileade feriram a Efraim; porque este dissera-lhe: Fugitivos
sois de Efraim, vós gileaditas que habitais entre Efraim e Manassés,
5 Porque tomaram
os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordäo; e sucedeu que, quando
algum dos fugitivos de Efraim dizia: Deixai-me passar; entäo os gileaditas
perguntavam: És tu efraimita? E dizendo ele: Näo,
6 Entäo
lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia: Sibolete; porque
näo o podia pronunciar bem; entäo pegavam dele, e o degolavam
nos vaus do Jordäo; e caíram de Efraim naquele tempo quarenta
e dois mil.
7 E Jefté
julgou a Israel seis anos; e Jefté, o gileadita, faleceu, e foi
sepultado numa das cidades de Gileade.
8 E depois
dele julgou a Israel Ibzä de Belém.
9 E tinha
este trinta filhos, e trinta filhas que casou fora; e trinta filhas trouxe
de fora para seus filhos; e julgou a Israel sete anos.
10 Entäo
faleceu Ibzä, e foi sepultado em Belém.
11 E depois
dele julgou a Israel Elom, o zebulonita; e julgou a Israel dez anos.
12 E faleceu
Elom, o zebulonita, e foi sepultado em Aijalom, na terra de Zebulom.
13 E depois
dele julgou a Israel Abdom, filho de Hilel, o piratonita.
14 E tinha
este quarenta filhos, e trinta netos, que cavalgavam sobre setenta jumentos;
e julgou a Israel oito anos.
15 Entäo
faleceu Abdom, filho de Hilel, o piratonita; e foi sepultado em Piratom,
na terra de Efraim, no monte dos amalequitas.
Capitulo 13
1 E os filhos
de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, e o SENHOR
os entregou na mäo dos filisteus por quarenta anos.
2 E havia
um homem de Zorá, da tribo de Dä, cujo nome era Manoá;
e sua mulher, sendo estéril, näo tinha filhos.
3 E o anjo
do SENHOR apareceu a esta mulher, e disse-lhe: Eis que agora és
estéril, e nunca tens concebido; porém conceberás,
e terás um filho.
4 Agora, pois,
guarda-te de beber vinho, ou bebida forte, ou comer coisa imunda.
5 Porque eis
que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça
näo passará navalha; porquanto o menino será nazireu
de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel
da mäo dos filisteus.
6 Entäo
a mulher entrou, e falou a seu marido, dizendo: Um homem de Deus veio a
mim, cuja aparência era semelhante de um anjo de Deus, terribilíssima;
e näo lhe perguntei donde era, nem ele me disse o seu nome.
7 Porém
disse-me: Eis que tu conceberás e terás um filho; agora pois,
näo bebas vinho, nem bebida forte, e näo comas coisa imunda;
porque o menino será nazireu de Deus, desde o ventre até
ao dia da sua morte.
8 Entäo
Manoá orou ao SENHOR, e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem
de Deus, que enviaste, ainda venha para nós outra vez e nos ensine
o que devemos fazer ao menino que há de nascer.
9 E Deus ouviu
a voz de Manoá; e o anjo de Deus veio outra vez à mulher,
e ela estava no campo, porém näo estava com ela seu marido
Manoá.
10 Apressou-se,
pois, a mulher, e correu, e noticiou-o a seu marido, e disse-lhe: Eis que
aquele homem que veio a mim o outro dia me apareceu.
11 Entäo
Manoá levantou-se, e seguiu a sua mulher, e foi àquele homem,
e disse-lhe: És tu aquele homem que falou a esta mulher? E disse:
Eu sou.
12 Entäo
disse Manoá: Cumpram-se as tuas palavras; mas qual será o
modo de viver e o serviço do menino?
13 E disse
o anjo do SENHOR a Manoá: De tudo quanto eu disse à mulher
guardará ela.
14 De tudo
quanto procede da videira näo comerá, nem vinho nem bebida
forte beberá, nem coisa imunda comerá; tudo quanto lhe tenho
ordenado guardará.
15 Entäo
Manoá disse ao anjo do SENHOR: Ora deixa que te detenhamos, e te
preparemos um cabrito.
16 Porém
o anjo do SENHOR disse a Manoá: Ainda que me detenhas, näo
comerei de teu päo; e se fizeres holocausto o oferecerás ao
SENHOR. Porque näo sabia Manoá que era o anjo do SENHOR.
17 E disse
Manoá ao anjo do SENHOR: Qual é o teu nome, para que, quando
se cumprir a tua palavra, te honremos?
18 E o anjo
do SENHOR lhe disse: Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é
maravilhoso?
19 Entäo
Manoá tomou um cabrito e uma oferta de alimentos, e os ofereceu
sobre uma penha ao SENHOR: e houve-se o anjo maravilhosamente, observando-o
Manoá e sua mulher.
20 E sucedeu
que, subindo a chama do altar para o céu, o anjo do SENHOR subiu
na chama do altar; o que vendo Manoá e sua mulher, caíram
em terra sobre seus rostos.
21 E nunca
mais apareceu o anjo do SENHOR a Manoá, nem a sua mulher; entäo
compreendeu Manoá que era o anjo do SENHOR.
22 E disse
Manoá à sua mulher: Certamente morreremos, porquanto temos
visto a Deus.
23 Porém
sua mulher lhe disse: Se o SENHOR nos quisesse matar, näo aceitaria
da nossa mäo o holocausto e a oferta de alimentos, nem nos mostraria
tudo isto, nem nos deixaria ouvir tais coisas neste tempo.
24 Depois
teve esta mulher um filho, a quem pós o nome de Sansäo; e o
menino cresceu, e o SENHOR o abençoou.
25 E o Espírito
do SENHOR começou a incitá-lo de quando em quando para o
campo de Maané-Dä, entre Zorá e Estaol.
Capitulo 14
1 E desceu
Sansäo a Timnate; e, vendo em Timnate uma mulher das filhas dos filisteus,
2 Subiu, e
declarou-o a seu pai e a sua mäe, e disse: Vi uma mulher em Timnate,
das filhas dos filisteus; agora, pois, tomai-ma por mulher.
3 Porém
seu pai e sua mäe lhe disseram: Näo há, porventura, mulher
entre as filhas de teus irmäos, nem entre todo o meu povo, para que
tu vás tomar mulher dos filisteus, daqueles incircuncisos? E disse
Sansäo a seu pai: Toma-me esta, porque ela agrada aos meus olhos.
4 Mas seu
pai e sua mäe näo sabiam que isto vinha do SENHOR; pois buscava
ocasiäo contra os filisteus; porquanto naquele tempo os filisteus
dominavam sobre Israel.
5 Desceu,
pois, Sansäo com seu pai e com sua mäe a Timnate; e, chegando
às vinhas de Timnate eis que um filho de leäo, rugindo, lhe
saiu ao encontro.
6 Entäo
o Espírito do SENHOR se apossou dele täo poderosamente que
despedaçou o leäo, como quem despedaça um cabrito, sem
ter nada na sua mäo; porém nem a seu pai nem a sua mäe
deu a saber o que tinha feito.
7 E desceu,
e falou àquela mulher, e ela agradou aos olhos de Sansäo.
8 E depois
de alguns dias voltou ele para tomá-la; e, apartando-se do caminho
para ver o corpo do leäo morto, eis que nele havia um enxame de abelhas
com mel.
9 E tomou-o
nas suas mäos, e foi andando e comendo dele; e foi a seu pai e a sua
mäe, e deu-lhes do mel, e comeram; porém näo lhes deu
a saber que tomara o mel do corpo do leäo.
10 Descendo,
pois, seu pai àquela mulher, fez Sansäo ali um banquete; porque
assim os moços costumavam fazer.
11 E sucedeu
que, como o vissem, trouxeram trinta companheiros para estarem com ele.
12 Disse-lhes,
pois, Sansäo: Eu vos darei um enigma para decifrar; e, se nos sete
dias das bodas o decifrardes e descobrirdes, eu vos darei trinta lençóis
e trinta mudas de roupas.
13 E, se näo
puderdes decifrar, vós me dareis a mim trinta lençóis
e as trinta mudas de roupas. E eles lhe disseram: Dá-nos o teu enigma
a decifrar, para que o ouçamos.
14 Entäo
lhes disse: Do comedor saiu comida, e do forte saiu doçura. E em
três dias näo puderam decifrar o enigma.
15 E sucedeu
que, ao sétimo dia, disseram à mulher de Sansäo: Persuade
a teu marido que nos declare o enigma, para que porventura näo queimemos
a fogo a ti e à casa de teu pai; chamastes-nos aqui para vos apossardes
do que é nosso, näo é assim?
16 E a mulher
de Sansäo chorou diante dele, e disse: Täo-somente me desprezas,
e näo me amas; pois deste aos filhos do meu povo um enigma para decifrar,
e ainda näo o declaraste a mim. E ele lhe disse: Eis que nem a meu
pai nem a minha mäe o declarei, e to declararia a ti?
17 E chorou
diante dele os sete dias em que celebravam as bodas; sucedeu, pois, que
ao sétimo dia lho declarou, porquanto o importunava; entäo
ela declarou o enigma aos filhos do seu povo.
18 Disseram,
pois, a Sansäo os homens daquela cidade, ao sétimo dia, antes
de se pór o sol: Que coisa há mais doce do que o mel? E que
coisa há mais forte do que o leäo? E ele lhes disse: Se vós
näo lavrásseis com a minha novilha, nunca teríeis descoberto
o meu enigma.
19 Entäo
o Espírito do SENHOR täo poderosamente se apossou dele, que
desceu aos ascalonitas, e matou deles trinta homens, e tomou as suas roupas,
e deu as mudas de roupas aos que declararam o enigma; porém acendeu-se
a sua ira, e subiu à casa de seu pai.
20 E a mulher
de Sansäo foi dada ao seu companheiro que antes o acompanhava.
Capitulo 15
1 E aconteceu,
depois de alguns dias, que, na sega do trigo, Sansäo visitou a sua
mulher, com um cabrito, e disse: Entrarei na cámara de minha mulher.
Porém o pai dela näo o deixou entrar.
2 E disse-lhe
seu pai: Por certo pensava eu que de todo a desprezavas; de sorte que a
dei ao teu companheiro; porém näo é sua irmä mais
nova, mais formosa do que ela? Toma-a, pois, em seu lugar.
3 Entäo
Sansäo disse acerca deles: Inocente sou esta vez para com os filisteus,
quando lhes fizer algum mal.
4 E foi Sansäo,
e pegou trezentas raposas; e, tomando tochas, as virou cauda a cauda, e
lhes pós uma tocha no meio de cada duas caudas.
5 E chegou
fogo às tochas, e largou-as na seara dos filisteus; e assim abrasou
os molhos com a sega do trigo, e as vinhas e os olivais.
6 Entäo
perguntaram os filisteus: Quem fez isto? E responderam: Sansäo, o
genro do timnita, porque lhe tomou a sua mulher, e a deu a seu companheiro.
Entäo subiram os filisteus, e queimaram a fogo a ela e a seu pai.
7 Entäo
lhes disse Sansäo: É assim que fazeis? Pois, havendo-me vingado
eu de vós, entäo cessarei.
8 E feriu-os
com grande ferimento, pernas juntamente com coxa; e desceu, e habitou na
fenda da rocha de Etä.
9 Entäo
os filisteus subiram, e acamparam-se contra Judá, e estenderam-se
por Leí.
10 E perguntaram-lhes
os homens de Judá: Por que subistes contra nós? E eles responderam:
Subimos para amarrar a Sansäo, para lhe fazer a ele como ele nos fez
a nós.
11 Entäo
três mil homens de Judá desceram até a fenda da rocha
de Etä, e disseram a Sansäo: Näo sabias tu que os filisteus
dominam sobre nós? Por que, pois, nos fizeste isto? E ele lhes disse:
Assim como eles me fizeram a mim, eu lhes fiz a eles.
12 E disseram-lhe:
Descemos para te amarrar e te entregar nas mäos dos filisteus. Entäo
Sansäo lhes disse: Jurai-me que vós mesmos näo me acometereis.
13 E eles
lhe falaram, dizendo: Näo, mas fortemente te amarraremos, e te entregaremos
nas mäos deles; porém de maneira nenhuma te mataremos. E amarraram-no
com duas cordas novas e fizeram-no subir da rocha.
14 E, vindo
ele a Leí, os filisteus lhe saíram ao encontro, jubilando;
porém o Espírito do SENHOR poderosamente se apossou dele,
e as cordas que ele tinha nos braços se tornaram como fios de linho
que se queimaram no fogo, e as suas amarraduras se desfizeram das suas
mäos.
15 E achou
uma queixada fresca de um jumento, e estendeu a sua mäo, e tomou-a,
e feriu com ela mil homens.
16 Entäo
disse Sansäo: Com uma queixada de jumento, montöes sobre montöes;
com uma queixada de jumento feri a mil homens.
17 E aconteceu
que, acabando ele de falar, lançou a queixada da sua mäo; e
chamou aquele lugar Ramate-Leí.
18 E como
tivesse grande sede, clamou ao SENHOR, e disse: Pela mäo do teu servo
tu deste esta grande salvaçäo; morrerei eu pois agora de sede,
e cairei na mäo destes incircuncisos?
19 Entäo
Deus fendeu uma cavidade que estava na queixada; e saiu dela água,
e bebeu; e recobrou o seu espírito e reanimou-se; por isso chamou
aquele lugar: A fonte do que clama, que está em Leí até
ao dia de hoje.
20 E julgou
a Israel, nos dias dos filisteus, vinte anos.
Capitulo 16
1 E foi Sansäo
a Gaza, e viu ali uma mulher prostituta, e entrou a ela.
2 E foi dito
aos gazitas: Sansäo entrou aqui. Cercaram-no, e toda a noite lhe puseram
espias à porta da cidade; porém toda a noite estiveram quietos,
dizendo: Até à luz da manhä esperaremos; entäo
o mataremos.
3 Porém
Sansäo deitou-se até à meia noite, e à meia noite
se levantou, e arrancou as portas da entrada da cidade com ambas as umbreiras,
e juntamente com a tranca as tomou, pondo-as sobre os ombros; e levou-as
para cima até ao cume do monte que está defronte de Hebrom.
4 E depois
disto aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque,
cujo nome era Dalila.
5 Entäo
os príncipes dos filisteus subiram a ela, e lhe disseram: Persuade-o,
e vê em que consiste a sua grande força, e como poderíamos
assenhorear-nos dele e amarrá-lo, para assim o afligirmos; e te
daremos, cada um de nós, mil e cem moedas de prata.
6 Disse, pois,
Dalila a Sansäo: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua
grande força, e com que poderias ser amarrado para te poderem afligir.
7 Disse-lhe
Sansäo: Se me amarrassem com sete vergas de vimes frescos, que ainda
näo estivessem secos, entäo me enfraqueceria, e seria como qualquer
outro homem.
8 Entäo
os príncipes dos filisteus lhe trouxeram sete vergas de vimes frescos,
que ainda näo estavam secos; e amarraram-no com elas.
9 E o espia
estava com ela na cámara interior. Entäo ela lhe disse: Os
filisteus vêm sobre ti, Sansäo. Entäo quebrou as vergas
de vimes, como se quebra o fio da estopa ao cheiro do fogo; assim näo
se soube em que consistia a sua força.
10 Entäo
disse Dalila a Sansäo: Eis que zombaste de mim, e me disseste mentiras;
ora declara-me agora com que poderias ser amarrado.
11 E ele disse:
Se me amarrassem fortemente com cordas novas, que ainda näo houvessem
sido usadas, entäo me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
12 Entäo
Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com elas, e disse-lhe: Os filisteus
vêm sobre ti, Sansäo. E o espia estava na recámara interior.
Entäo as quebrou de seus braços como a um fio.
13 E disse
Dalila a Sansäo: Até agora zombaste de mim, e me disseste mentiras;
declara-me pois, agora, com que poderias ser amarrado? E ele lhe disse:
Se teceres sete tranças dos cabelos da minha cabeça com os
liços da teia.
14 E ela as
fixou com uma estaca, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansäo:
Entäo ele despertou do seu sono, e arrancou a estaca das tranças
tecidas, juntamente com o liço da teia.
15 Entäo
ela lhe disse: Como dirás: Tenho-te amor, näo estando comigo
o teu coraçäo? Já três vezes zombaste de mim,
e ainda näo me declaraste em que consiste a tua força.
16 E sucedeu
que, importunando-o ela todos os dias com as suas palavras, e molestando-o,
a sua alma se angustiou até a morte.
17 E descobriu-lhe
todo o seu coraçäo, e disse-lhe: Nunca passou navalha pela
minha cabeça, porque sou nazireu de Deus desde o ventre de minha
mäe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força,
e me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.
18 Vendo,
pois, Dalila que já lhe descobrira todo o seu coraçäo,
mandou chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi esta vez,
porque agora me descobriu ele todo o seu coraçäo. E os príncipes
dos filisteus subiram a ter com ela, trazendo com eles o dinheiro.
19 Entäo
ela o fez dormir sobre os seus joelhos, e chamou a um homem, e rapou-lhe
as sete tranças do cabelo de sua cabeça; e começou
a afligi-lo, e retirou-se dele a sua força.
20 E disse
ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansäo. E despertou ele do seu
sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei. Porque
ele näo sabia que já o SENHOR se tinha retirado dele.
21 Entäo
os filisteus pegaram nele, e arrancaram-lhe os olhos, e fizeram-no descer
a Gaza, e amarraram-no com duas cadeias de bronze, e girava ele um moinho
no cárcere.
22 E o cabelo
da sua cabeça começou a crescer, como quando foi rapado.
23 Entäo
os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecer um grande
sacrifício ao seu deus Dagom, e para se alegrarem, e diziam: Nosso
deus nos entregou nas mäos a Sansäo, nosso inimigo.
24 Semelhantemente,
vendo-o o povo, louvava ao seu deus; porque dizia: Nosso deus nos entregou
nas mäos o nosso inimigo, e ao que destruía a nossa terra,
e ao que multiplicava os nossos mortos.
25 E sucedeu
que, alegrando-se-lhes o coraçäo, disseram: Chamai a Sansäo,
para que brinque diante de nós. E chamaram a Sansäo do cárcere,
que brincava diante deles, e fizeram-no estar em pé entre as colunas.
26 Entäo
disse Sansäo ao moço que o tinha pela mäo: Guia-me para
que apalpe as colunas em que se sustém a casa, para que me encoste
a elas.
27 Ora estava
a casa cheia de homens e mulheres; e também ali estavam todos os
príncipes dos filisteus; e sobre o telhado havia uns três
mil homens e mulheres, que estavam vendo Sansäo brincar.
28 Entäo
Sansäo clamou ao SENHOR, e disse: Senhor DEUS, peço-te que
te lembres de mim, e fortalece-me agora só esta vez, ó Deus,
para que de uma vez me vingue dos filisteus, pelos meus dois olhos.
29 Abraçou-se,
pois, Sansäo com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa,
e arrimou-se sobre elas, com a sua mäo direita numa, e com a sua esquerda
na outra.
30 E disse
Sansäo: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força,
e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela havia;
e foram mais os mortos que matou na sua morte do que os que matara em sua
vida.
31 Entäo
seus irmäos desceram, e toda a casa de seu pai, e tomaram-no, e subiram
com ele, e sepultaram-no entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá,
seu pai. Ele julgou a Israel vinte anos.
Capitulo 17
1 E havia
um homem da montanha de Efraim, cujo nome era Mica.
2 O qual disse
à sua mäe: As mil e cem moedas de prata que te foram tiradas,
por cuja causa lançaste maldiçöes, e de que também
me falaste, eis que esse dinheiro está comigo; eu o tomei. Entäo
lhe disse sua mäe: Bendito do SENHOR seja meu filho.
3 Assim restituiu
as mil e cem moedas de prata à sua mäe; porém sua mäe
disse: Inteiramente tenho dedicado este dinheiro da minha mäo ao SENHOR,
para meu filho fazer uma imagem de escultura e uma de fundiçäo;
de sorte que agora to tornarei a dar.
4 Porém
ele restituiu aquele dinheiro à sua mäe; e sua mäe tomou
duzentas moedas de prata, e as deu ao ourives, o qual fez delas uma imagem
de escultura e uma de fundiçäo, que ficaram em casa de Mica.
5 E teve este
homem, Mica, uma casa de deuses; e fez um éfode e terafins, e consagrou
um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.
6 Naqueles
dias näo havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos
seus olhos.
7 E havia
um moço de Belém de Judá, da tribo de Judá,
que era levita, e peregrinava ali.
8 E este homem
partiu da cidade de Belém de Judá para peregrinar onde quer
que achasse conveniente. Chegando ele, pois, à montanha de Efraim,
até à casa de Mica, seguindo o seu caminho,
9 Disse-lhe
Mica: Donde vens? E ele lhe disse: Sou levita de Belém de Judá,
e vou peregrinar onde quer que achar conveniente.
10 Entäo
lhe disse Mica: Fica comigo, e sê-me por pai e sacerdote; e cada
ano te darei dez moedas de prata, e vestuário, e o sustento. E o
levita entrou.
11 E consentiu
o levita em ficar com aquele homem; e o moço lhe foi como um de
seus filhos.
12 E Mica
consagrou o levita, e aquele moço lhe foi por sacerdote; e esteve
em casa de Mica.
13 Entäo
disse Mica: Agora sei que o SENHOR me fará bem; porquanto tenho
um levita por sacerdote.
Capitulo 18
1 Naqueles
dias näo havia rei em Israel; e nos mesmos dias a tribo dos danitas
buscava para si herança para habitar; porquanto até àquele
dia entre as tribos de Israel näo lhe havia caído por sorte
sua herança.
2 E enviaram
os filhos de Dä, da sua tribo, cinco homens dentre eles, homens valorosos,
de Zorá e de Estaol, a espiar e reconhecer a terra, e lhes disseram:
Ide, reconhecei a terra. E chegaram à montanha de Efraim, até
à casa de Mica, e passaram ali a noite.
3 E quando
eles estavam junto da casa de Mica, reconheceram a voz do moço,
do levita; e dirigindo-se para lá, lhe disseram: Quem te trouxe
aqui? Que fazes aqui? E que é que tens aqui?
4 E ele lhes
disse: Assim e assim me tem feito Mica; pois me tem contratado, e eu lhe
sirvo de sacerdote.
5 Entäo
lhe disseram: Consulta a Deus, para que possamos saber se prosperará
o caminho que seguimos.
6 E disse-lhes
o sacerdote: Ide em paz; o caminho que seguis está perante o SENHOR.
7 Entäo
foram-se aqueles cinco homens, e chegaram a Laís; e viram que o
povo que havia no meio dela estava seguro, conforme ao costume dos sidónios,
quieto e confiado; nem havia autoridade alguma do reino que por qualquer
coisa envergonhasse a alguém naquela terra; também estavam
longe dos sidónios, e näo tinham relaçäo com ninguém.
8 Entäo
voltaram a seus irmäos, a Zorá e a Estaol, os quais lhes disseram:
Que dizeis vós?
9 E eles disseram:
Levantai-vos, e subamos contra eles; porque examinamos a terra, e eis que
é muitíssimo boa. E vós estareis aqui tranqüilos?
Näo sejais preguiçosos em irdes para entrar a possuir esta
terra.
10 Quando
lá chegardes, vereis um povo confiado, e a terra é larga
de extensäo; porque Deus vo-la entregou nas mäos; lugar em que
näo há falta de coisa alguma que há na terra.
11 Entäo
partiram dali, da tribo dos danitas, de Zorá e de Estaol, seiscentos
homens munidos de armas de guerra.
12 E subiram,
e acamparam-se em Quiriate-Jearim, em Judá; entäo chamaram
a este lugar Maané-Dä, até ao dia de hoje; eis que está
por detrás de Quiriate-Jearim.
13 E dali
passaram à montanha de Efraim; e chegaram até a casa de Mica.
14 Entäo
responderam os cinco homens, que foram espiar a terra de Laís, e
disseram a seus irmäos: Sabeis vós também que naquelas
casas há um éfode, e terafins, e uma imagem de escultura
e uma de fundiçäo? Vede, pois, agora o que haveis de fazer.
15 Entäo
se dirigiram para lá, e chegaram à casa do moço, o
levita, em casa de Mica, e o saudaram.
16 E os seiscentos
homens, que eram dos filhos de Dä, munidos com suas armas de guerra,
ficaram à entrada da porta.
17 Porém
subindo os cinco homens, que foram espiar a terra, entraram ali, e tomaram
a imagem de escultura, o éfode, e os terafins, e a imagem de fundiçäo,
ficando o sacerdote em pé à entrada da porta, com os seiscentos
homens que estavam munidos com as armas de guerra.
18 Entrando
eles, pois, em casa de Mica, e tomando a imagem de escultura, e o éfode,
e os terafins, e a imagem de fundiçäo, disse-lhes o sacerdote:
Que estais fazendo?
19 E eles
lhe disseram: Cala-te, pöe a mäo na boca, e vem conosco, e sê-nos
por pai e sacerdote. E melhor ser sacerdote da casa de um só homem,
do que ser sacerdote de uma tribo e de uma família em Israel?
20 Entäo
alegrou-se o coraçäo do sacerdote, e tomou o éfode,
e os terafins, e a imagem de escultura; e entrou no meio do povo.
21 Assim viraram,
e partiram; e os meninos, e o gado, e a bagagem puseram diante de si.
22 E, estando
já longe da casa de Mica, os homens que estavam nas casas junto
à casa de Mica, reuniram-se, e alcançaram os filhos de Dä.
23 E clamaram
após os filhos de Dä, os quais viraram os seus rostos, e disseram
a Mica: Que tens, que tanta gente convocaste?
24 Entäo
ele disse: Os meus deuses, que eu fiz, me tomastes, juntamente com o sacerdote,
e partistes; que mais me resta agora? Como, pois, me dizeis: Que é
que tens?
25 Porém
os filhos de Dä lhe disseram: Näo nos faças ouvir a tua
voz, para que porventura homens de ánimo mau näo se lancem
sobre vós, e tu percas a tua vida, e a vida dos da tua casa.
26 Assim seguiram
o seu caminho os filhos de Dä; e Mica, vendo que eram mais fortes
do que ele, virou-se, e voltou à sua casa.
27 Eles, pois,
tomaram o que Mica tinha feito, e o sacerdote que tivera, e chegaram a
Laís, a um povo quieto e confiado, e os feriram ao fio da espada,
e queimaram a cidade a fogo.
28 E ninguém
houve que os livrasse, porquanto estavam longe de Sidom, e näo tinham
relaçöes com ninguém, e a cidade estava no vale que
está junto de Bete-Reobe; depois reedificaram a cidade e habitaram
nela.
29 E chamaram-lhe
Dä, conforme ao nome de Dä, seu pai, que nascera a Israel; era,
porém, antes o nome desta cidade Laís.
30 E os filhos
de Dä levantaram para si aquela imagem de escultura; e Jónatas,
filho de Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos foram
sacerdotes da tribo dos danitas, até ao dia do cativeiro da terra.
31 Assim,
pois, estabeleceram para si a imagem de escultura, que fizera Mica, por
todos os dias em que a casa de Deus esteve em Siló.
Capitulo 19
1 Aconteceu
também naqueles dias, em que näo havia rei em Israel, que houve
um homem levita, que, peregrinando aos lados da montanha de Efraim, tomou
para si uma concubina, de Belém de Judá.
2 Porém
a sua concubina adulterou contra ele, e deixando-o, foi para a casa de
seu pai, em Belém de Judá, e esteve ali alguns dias, a saber,
quatro meses.
3 E seu marido
se levantou, e foi atrás dela, para lhe falar conforme ao seu coraçäo,
e para tornar a trazê-la; e o seu moço e um par de jumentos
iam com ele; e ela o levou à casa de seu pai, e, vendo-o o pai da
moça, alegrou-se ao encontrar-se com ele.
4 E seu sogro,
o pai da moça, o deteve, e ficou com ele três dias; e comeram
e beberam, e passaram ali a noite.
5 E sucedeu
que ao quarto dia pela manhä, de madrugada, ele levantou-se para partir;
entäo o pai da moça disse a seu genro: Fortalece o teu coraçäo
com um bocado de päo, e depois partireis.
6 Assentaram-se,
pois, e comeram ambos juntos, e beberam; e disse o pai da moça ao
homem: Peço-te que ainda esta noite queiras passá-la aqui,
e alegre-se o teu coraçäo.
7 Porém
o homem levantou-se para partir; mas seu sogro o constrangeu a tornar a
passar ali a noite.
8 E, madrugando
ao quinto dia pela manhä para partir, disse o pai da moça:
Ora, conforta o teu coraçäo. E detiveram-se até já
declinar o dia; e ambos juntos comeram.
9 Entäo
o homem levantou-se para partir, ele, e a sua concubina, e o seu moço;
e disse-lhe seu sogro, o pai da moça: Eis que já o dia declina
e a tarde já vem chegando; peço-te que aqui passes a noite;
eis que o dia já vai acabando, passa aqui a noite, e que o teu coraçäo
se alegre; e amanhä de madrugada levanta-te a caminhar, e irás
para a tua tenda.
10 Porém
o homem näo quis ali passar a noite, mas levantou-se, e partiu, e
chegou até defronte de Jebus (que é Jerusalém), e
com ele o par de jumentos albardados, como também a sua concubina.
11 Estando,
pois, já perto de Jebus, e tendo-se já declinado muito o
dia, disse o moço a seu senhor: Vamos agora, e retiremo-nos a esta
cidade dos jebuseus, e passemos ali a noite.
12 Porém
disse-lhe seu senhor: Näo nos retiraremos a nenhuma cidade estranha,
que näo seja dos filhos de Israel; mas iremos até Gibeá.
13 Disse mais
a seu moço: Vamos, e cheguemos a um daqueles lugares, e passemos
a noite em Gibeá ou em Ramá.
14 Passaram,
pois, adiante, e caminharam, e o sol se lhes pós junto a Gibeá,
que é cidade de Benjamim.
15 E retiraram-se
para lá, para passarem a noite em Gibeá; e, entrando ele,
assentou-se na praça da cidade, porque näo houve quem os recolhesse
em casa para ali passarem a noite.
16 E eis que
um velho homem vinha à tarde do seu trabalho do campo; e era este
homem da montanha de Efraim, mas peregrinava em Gibeá; eram porém
os homens deste lugar filhos de Benjamim.
17 Levantando
ele, pois, os olhos, viu a este viajante na praça da cidade, e disse
o anciäo: Para onde vais, e donde vens?
18 E ele lhe
disse: Viajamos de Belém de Judá até aos lados da
montanha de Efraim, de onde sou; porquanto fui a Belém de Judá,
porém agora vou à casa do SENHOR; e ninguém há
que me recolha em casa.
19 Todavia
temos palha e pasto para os nossos jumentos, e também päo e
vinho há para mim, e para a tua serva, e para o moço que
vem com os teus servos; de coisa nenhuma há falta.
20 Entäo
disse o anciäo: Paz seja contigo; tudo quanto te faltar fique ao meu
cargo; täo-somente näo passes a noite na praça.
21 E levou-o
à sua casa, e deu pasto aos jumentos; e, lavando-se os pés,
comeram e beberam.
22 Estando
eles alegrando o seu coraçäo, eis que os homens daquela cidade
(homens que eram filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta;
e falaram ao anciäo, senhor da casa, dizendo: Tira para fora o homem
que entrou em tua casa, para que o conheçamos.
23 E o homem,
dono da casa, saiu a eles e disse-lhes: Näo, irmäos meus, ora
näo façais semelhante mal; já que este homem entrou
em minha casa, näo façais tal loucura.
24 Eis que
a minha filha virgem e a concubina dele vo-las tirarei fora; humilhai-as
a elas, e fazei delas o que parecer bem aos vossos olhos; porém
a este homem näo façais essa loucura.
25 Porém
aqueles homens näo o quiseram ouvir; entäo aquele homem pegou
da sua concubina, e lha tirou para fora; e eles a conheceram e abusaram
dela toda a noite até pela manhä, e, subindo a alva, a deixaram.
26 E ao romper
da manhä veio a mulher, e caiu à porta da casa daquele homem,
onde estava seu senhor, e ficou ali até que se fez claro.
27 E, levantando-se
seu senhor pela manhä, e abrindo as portas da casa, e saindo a seguir
o seu caminho, eis que a mulher, sua concubina, jazia à porta da
casa, com as mäos sobre o limiar.
28 E ele lhe
disse: Levanta-te, e vamo-nos, porém ela näo respondeu; entäo,
levantando-se o homem a pós sobre o jumento, e foi para o seu lugar.
29 Chegando,
pois, à sua casa, tomou um cutelo, e pegou na sua concubina, e a
despedaçou com os seus ossos em doze partes; e enviou-as por todos
os termos de Israel.
30 E sucedeu
que cada um que via aquilo dizia: Nunca tal se fez, nem se viu desde o
dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Egito, até ao
dia de hoje; ponderai isto, considerai, e falai.
Capitulo 20
1 Entäo
todos os filhos de Israel saíram, e a congregaçäo se
ajuntou, perante o SENHOR em Mizpá, como se fora um só homem,
desde Dä até Berseba, como também a terra de Gileade.
2 E os principais
de todo o povo, de todas as tribos de Israel, se apresentaram na congregaçäo
do povo de Deus; quatrocentos mil homens de pé que tiravam a espada
3 (Ouviram,
pois, os filhos de Benjamim que os filhos de Israel haviam subido a Mizpá).
E disseram os filhos de Israel: Falai, como sucedeu esta maldade?
4 Entäo
respondeu o homem levita, marido da mulher que fora morta, e disse: Cheguei
com a minha concubina a Gibeá, cidade de Benjamim, para passar a
noite.
5 E os cidadäos
de Gibeá se levantaram contra mim, e cercaram a casa de noite; intentaram
matar-me, e violaram a minha concubina, de maneira que morreu.
6 Entäo
peguei na minha concubina, e fi-la em pedaços, e a enviei por toda
a terra da herança de Israel; porquanto fizeram tal malefício
e loucura em Israel.
7 Eis que
todos sois filhos de Israel; dai aqui a vossa palavra e conselho.
8 Entäo
todo o povo se levantou como um só homem, dizendo: Nenhum de nós
irá à sua tenda nem nenhum de nós voltará à
sua casa.
9 Porém
isto é o que faremos a Gibeá: procederemos contra ela por
sorte.
10 E de todas
as tribos de Israel, tomaremos dez homens de cada cem, e cem de cada mil,
e mil de cada dez mil, para providenciarem mantimento para o povo; para
que, vindo ele a Gibeá de Benjamim, lhe façam conforme a
toda a loucura que tem feito em Israel.
11 Assim ajuntaram-se
contra esta cidade todos os homens de Israel, unidos como um só
homem.
12 E as tribos
de Israel enviaram homens por toda a tribo de Benjamim, dizendo: Que maldade
é esta que se fez entre vós?
13 Dai-nos,
pois, agora aqueles homens, filhos de Belial, que estäo em Gibeá,
para que os matemos, e tiremos de Israel o mal. Porém os filhos
de Benjamim näo quiseram ouvir a voz de seus irmäos, os filhos
de Israel.
14 Antes os
filhos de Benjamim se ajuntaram das cidades em Gibeá, para saírem
a pelejar contra os filhos de Israel.
15 E contaram-se
naquele dia os filhos de Benjamim, das cidades, vinte e seis mil homens
que tiravam a espada, afora os moradores de Gibeá, de que se contaram
setecentos homens escolhidos.
16 Entre todo
este povo havia setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais atiravam
com a funda uma pedra em um cabelo, e näo erravam.
17 E contaram-se
dos homens de Israel, afora os de Benjamim, quatrocentos mil homens que
tiravam da espada, e todos eles homens de guerra.
18 E levantaram-se
os filhos de Israel, e subiram a Betel; e consultaram a Deus, dizendo:
Quem dentre nós subirá primeiro a pelejar contra Benjamim?
E disse o SENHOR: Judá subirá primeiro.
19 Levantaram-se,
pois, os filhos de Israel pela manhä, e acamparam-se contra Gibeá.
20 E os homens
de Israel saíram à peleja contra Benjamim; e os homens de
Israel ordenaram a batalha contra eles, ao pé de Gibeá.
21 Entäo
os filhos de Benjamim saíram de Gibeá, e derrubaram por terra,
naquele dia, vinte e dois mil homens de Israel.
22 Porém
esforçou-se o povo, isto é, os homens de Israel, e tornaram
a ordenar a peleja no lugar onde no primeiro dia a tinham ordenado.
23 E subiram
os filhos de Israel, e choraram perante o SENHOR até à tarde,
e perguntaram ao SENHOR, dizendo: Tornar-me-ei a chegar à peleja
contra os filhos de Benjamim, meu irmäo? E disse o SENHOR: Subi contra
ele.
24 Chegaram-se,
pois, os filhos de Israel aos filhos de Benjamim, no dia seguinte.
25 Também
os de Benjamim no dia seguinte lhes saíram ao encontro fora de Gibeá,
e derrubaram ainda por terra mais dezoito mil homens, todos dos que tiravam
a espada.
26 Entäo
todos os filhos de Israel, e todo o povo, subiram, e vieram a Betel e choraram,
e estiveram ali perante o SENHOR, e jejuaram aquele dia até à
tarde; e ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas perante o SENHOR.
27 E os filhos
de Israel perguntaram ao SENHOR (porquanto a arca da aliança de
Deus estava ali naqueles dias;
28 E Finéias,
filho de Eleazar, filho de Aräo, estava perante ele naqueles dias),
dizendo: Tornarei ainda a pelejar contra os filhos de Benjamim, meu irmäo,
ou pararei? E disse o SENHOR: Subi, que amanhä eu to entregarei na
mäo.
29 Entäo
Israel pós emboscadas em redor de Gibeá.
30 E subiram
os filhos de Israel ao terceiro dia contra os filhos de Benjamim, e ordenaram
a peleja junto a Gibeá, como das outras vezes.
31 Entäo
os filhos de Benjamim saíram ao encontro do povo, e desviaram-se
da cidade; e começaram a ferir alguns do povo, atravessando-os,
como das outras vezes, pelos caminhos (um dos quais sobe para Betel, e
o outro para Gibeá pelo campo), uns trinta dos homens de Israel.
32 Entäo
os filhos de Benjamim disseram: Estäo derrotados diante de nós
como dantes. Porém os filhos de Israel disseram: Fujamos, e desviemo-los
da cidade para os caminhos.
33 Entäo
todos os homens de Israel se levantaram do seu lugar, e ordenaram a peleja
em Baal-Tamar; e a emboscada de Israel saiu do seu lugar, da caverna de
Gibeá.
34 E dez mil
homens escolhidos de todo o Israel vieram contra Gibeá, e a peleja
se agravou; porém eles näo sabiam o mal que lhes tocaria.
35 Entäo
feriu o SENHOR a Benjamim diante de Israel; e destruíram os filhos
de Israel, naquele dia, vinte e cinco mil e cem homens de Benjamim, todos
dos que tiravam a espada.
36 E viram
os filhos de Benjamim que estavam feridos; porque os homens de Israel deram
lugar aos benjamitas, porquanto estavam confiados na emboscada que haviam
posto contra Gibeá.
37 E a emboscada
se apressou, e acometeu a Gibeá; e a emboscada arremeteu contra
ela, e feriu ao fio da espada toda a cidade.
38 E os homens
de Israel tinham um sinal determinado com a emboscada, que era fazer levantar
da cidade uma grande nuvem de fumaça.
39 Viraram-se,
pois, os homens de Israel na peleja; e já Benjamim começava
a ferir, dos homens de Israel, quase trinta homens, pois diziam: Já
infalivelmente estäo derrotados diante de nós, como na peleja
passada.
40 Entäo
a nuvem de fumaça começou a se levantar da cidade, como uma
coluna; e, virando-se Benjamim a olhar para trás de si, eis que
a fumaça da cidade subia ao céu.
41 E os homens
de Israel viraram os rostos, e os homens de Benjamim pasmaram; porque viram
que o mal lhes tocaria.
42 E viraram
as costas diante dos homens de Israel, para o caminho do deserto; porém
a peleja os apertou; e os que saíam das cidades os destruiram no
meio deles.
43 E cercaram
aos de Benjamim, e os perseguiram, e à vontade os pisaram, até
diante de Gibeá, para o nascente do sol.
44 E caíram
de Benjamim dezoito mil homens, todos estes sendo homens valentes.
45 Entäo
viraram as costas, e fugiram para o deserto, à penha de Rimom; colheram
ainda deles pelos caminhos uns cinco mil homens; e de perto os seguiram
até Gidom, e feriram deles dois mil homens.
46 E, todos
os que cairam de Benjamim, naquele dia, foram vinte e cinco mil homens
que tiravam a espada, todos eles homens valentes.
47 Porém
seiscentos homens viraram as costas, e fugiram para o deserto, à
penha de Rimom; e ficaram na penha de Rimom quatro meses.
48 E os homens
de Israel voltaram para os filhos de Benjamim, e os feriram ao fio da espada,
desde os homens da cidade até aos animais, até a tudo quanto
se achava, como também a todas as cidades, quantas acharam, puseram
fogo.
Capitulo 21
1 Ora, tinham
jurado os homens de Israel em Mizpá, dizendo: Nenhum de nós
dará sua filha por mulher aos benjamitas.
2 Veio, pois,
o povo a Betel, e ali ficou até à tarde diante de Deus; e
todos levantaram a sua voz, e prantearam com grande pranto,
3 E disseram:
Ah! SENHOR Deus de Israel, por que sucedeu isto, que hoje falte uma tribo
em Israel?
4 E sucedeu
que, no dia seguinte, o povo, pela manhä se levantou, e edificou ali
um altar; e ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas.
5 E disseram
os filhos de Israel: Quem de todas as tribos de Israel näo subiu à
assembléia do SENHOR? Porque se tinha feito um grande juramento
acerca dos que näo fossem ao SENHOR em Mizpá, dizendo: Morrerá
certamente.
6 E arrependeram-se
os filhos de Israel acerca de Benjamim, seu irmäo, e disseram: Cortada
é hoje de Israel uma tribo.
7 Como havemos
de conseguir mulheres para os que restaram deles, pois nós temos
jurado pelo SENHOR que nenhuma de nossas filhas lhes daríamos por
mulher?
8 E disseram:
Há algumas das tribos de Israel que näo subiram ao SENHOR a
Mizpá? E eis que ninguém de Jabes-Gileade viera ao arraial,
à assembléia.
9 Porquanto,
quando se contou o povo, eis que nenhum dos moradores de Jabes-Gileade
se achou ali.
10 Entäo
a assembléia enviou para lá doze mil homens dos mais valentes,
e lhes ordenou, dizendo: Ide, e ao fio da espada feri aos moradores de
Jabes-Gileade, e às mulheres e aos meninos.
11 Porém
isto é o que haveis de fazer: A todo o homem e a toda a mulher que
se houver deitado com um homem totalmente destruireis.
12 E acharam
entre os moradores de Jabes-Gileade quatrocentas moças virgens,
que näo tinham conhecido homem; e as trouxeram ao arraial, a Siló,
que está na terra de Canaä.
13 Entäo
toda a assembléia enviou, e falou aos filhos de Benjamim, que estavam
na penha de Rimom, e lhes proclamou a paz.
14 E ao mesmo
tempo voltaram os benjamitas; e deram-lhes as mulheres que haviam guardado
com vida, das mulheres de Jabes-Gileade; porém estas ainda näo
lhes bastaram.
15 Entäo
o povo se arrependeu por causa de Benjamim; porquanto o SENHOR tinha feito
brecha nas tribos de Israel.
16 E disseram
os anciäos da assembléia: Que faremos acerca de mulheres para
os que restaram, pois foram destruídas as mulheres de Benjamim?
17 Disseram
mais: Tenha Benjamim uma herança nos que restaram, e näo seja
destruída nenhuma tribo de Israel.
18 Porém
nós näo lhes poderemos dar mulheres de nossas filhas, porque
os filhos de Israel juraram, dizendo: Maldito aquele que der mulher aos
benjamitas.
19 Entäo
disseram: Eis que de ano em ano há solenidade do SENHOR em Siló,
que se celebra para o norte de Betel do lado do nascente do sol, pelo caminho
alto que sobe de Betel a Siquém, e para o sul de Lebona.
20 E mandaram
aos filhos de Benjamim, dizendo: Ide, e emboscai-vos nas vinhas.
21 E olhai,
e eis aí as filhas de Siló a dançar em rodas, saí
vós das vinhas, e arrebatai cada um sua mulher das filhas de Siló,
e ide-vos à terra de Benjamim.
22 E será
que, quando seus pais ou seus irmäos vierem a litigar conosco, nós
lhes diremos: Por amor de nós, tende compaixäo deles, pois
nesta guerra näo tomamos mulheres para cada um deles; por que näo
lhas destes vós, para que agora ficásseis culpados.
23 E os filhos
de Benjamim o fizeram assim, e levaram mulheres conforme ao número
deles, das que arrebataram das rodas que dançavam; e foram-se, e
voltaram à sua herança, e reedificaram as cidades, e habitaram
nelas.
24 Também
os filhos de Israel partiram dali, cada um para a sua tribo e para a sua
família; e saíram dali, cada um para a sua herança.
25 Naqueles
dias näo havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia
reto aos seus olhos.